Nas primeiras três quartas-feiras do mês de Maio, o Oi Futuro de Ipanema acolherá a apresentação de três óperas multimédia da compositora brasileira Jocy de Oliveira, numa maratona que coroa a reposição das sessões Desmistificando a Música Contemporânea.
Partindo do seu livro Diálogo com Cartas, no qual compila mais de 120 peças de correspondência com alguns dos mais brilhantes compositores do século xx, Jocy de Oliveira concebeu Desmistificando a Música Contemporânea: uma série de sessões de performance e reflexão sobre as obras de Stravinsky, Cage, Stockhausen ou Messiaen, entre outros. Segundo a compositora, o facto de a história ser contada na primeira pessoa é “um poderoso veículo para levar ao público um diferente ângulo”, com “factos únicos e desconhecidos do público”, o que tem “despertado uma nova emoção e grande curiosidade” junto dos ouvintes, sejam eles iniciados ou jovens que contactam pela primeira vez esta música.
As óperas multimédia de Jocy de Oliveira transpõem para palco esta abordagem. Revisitando Stavinsky, de 2010, debruça-se sobre a relação entre Jocy e Igor, numa sucessão fluída de storytelling, cinema-documentário e música — a de Stravinsky e a de Oliveira sobre a de Stravinsky — que salta entre o palco e o ecrã. Berio sem censura, a mais recente das três (2012), relembra o italiano como Jocy o conheceu, apoiando-se na memória das colaborações que partilharam e das cartas que trocaram. Já Kseni — A Estrangeira é uma obra autónoma anterior às outras duas (2003-06). Encomenda dos Dresdner Tage der Zeitgenosischen Musik, a ópera parte do mito de Medeia para encenar uma reflexão sobre identidade, individuação, e a relação entre os Homens e do Homem consigo mesmo.
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