Os Estúdios Victor Córdon, plataforma conjunta da Companhia Nacional de Bailado e do Teatro Nacional de São Carlos, iniciam o ano de 2021 com a realização da quarta edição do programa Jovens Compositores, sob a orientação de Luís Tinoco e a colaboração de Joana Craveiro e de Victor Hugo Pontes, bem como de actores da Escola Superior de Artes e Design do Politécnico de Leiria, alunos instrumentistas da Escola Superior de Música de Lisboa e ainda três jovens coreógrafos (a anunciar), com o objectivo de potenciar o espírito colaborativo entre todos.
Os compositores participantes desta nova edição são Carlos Lopes (Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, Porto), Estêvão Chissano (Projeto Xiquitsi, Maputo, Moçambique, em resultado de uma parceria com o Camões – Centro Cultural Português de Maputo) e Inês Madeira Lopes (Escola Superior de Música, Lisboa).
O trabalho será desenvolvido pelos compositores ao longo de três semanas, experimentando diferentes cruzamentos artísticos, e resultará num espectáculo no São Luiz Teatro Municipal, nos dias 10 e 11 de Julho, com dramaturgia e direcção artística de Joana Craveiro e desenho de luz de João Cachulo.
Carlos Lopes
Natural de Guimarães, iniciou os seus estudos musicais aos seis anos. Em 2017 licenciou-se em Piano na ESMAE, onde estudou com o professor Constantin Sandu. Em 2020 terminou a Licenciatura em Composição na mesma instituição, sob orientação de Pedro Santos, Dimitris Andrikopoulos e Carlos Azevedo. Obteve o 2.º Prémio no 11.º Concurso Internacional de Composição da Póvoa de Varzim em 2018. Foi seleccionado para participar no workshop ENOA – Composing for Voices, onde foi orientado por Luís Tinoco. Em 2019, no âmbito deste workshop, foi estreada a sua obra 5 variações do desassossego. Em 2019, foi estreada no IV Encontro Internacional de Piano Contemporâneo a obra [1n^s], para piano, toy piano e eletrónica. Em 2020, a sua obra Clepsydra foi encomendada pelo Prémio Jovens Músicos (Antena 2/RTP) e, durante o ano de 2021, será Jovem Compositor Residente na Casa da Música.
Estevão Chissano
Nasceu em 1994 na província de Gaza, a Sul de Moçambique. É estudante de Geologia na Universidade Eduardo Mondlane e de Música no Xiquitsi, um projecto sem fins lucrativos, de inserção social através do ensino colectivo de música, fundado pela oboísta moçambicana Eldevina Materula, actual Ministra da Cultura e Turismo de Moçambique. Começou a estudar Composição em 2015, sob orientação de Daniel Moreira (PT) e, desde 2018, de Filipe Fernades (PT). No início de 2020 recebeu uma Bolsa do Programa PROCULTURA para participar numa Residência Artística na ESML, onde teve aulas com Carlos Marecos, Luís Tinoco, Sérgio Azevedo, Carlos Caires, Jaime Reis e Roberto Pérez. As suas obras têm feito parte do programa da Temporada de Música Clássica em Maputo e já foram tocadas em Japão, Reino Unido e Brasil.
Inês Madeira Lopes
Nascida em Setúbal, em 1999, iniciou o seu percurso musical no Conservatório Regional de Setúbal. Encontra-se a terminar a licenciatura em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa, com Carlos Caires, tendo estudado também com João Madureira, António Pinho Vargas e Luís Tinoco. Participou em masterclasses e conferências com Kaija Saariaho, Thomas Adès, Jaime Reis, John Chowning e Mario Mary, entre outros. Criou Jano com a bailarina Michele Luceac para o projeto de investigação “Música para espaço específico”. Compôs Primeira sensação de um lugar para guitarra solo, encomenda do Festival de Música de Setúbal, para a inauguração da exposição “Lanzarote, a janela de Saramago” de João Francisco Vilhena. Escreveu a peça Reminiscências, para a 34.ª edição do Prémio Jovens Músicos. Compôs música, em parceria com a compositora Sara Marita, para o projeto “Vozes abafadas e instrumentos distantes”, encomendada para a Festa dos Anos de Álvaro de Campos.
Sobre os Esúdios Victor Córdon
Iniciada em Setembro de 2017, a programação dos Estúdios Victor Córdon, centro criativo do OPART, estrutura que gere a Companhia Nacional de Bailado e o Teatro Nacional de São Carlos, tem vindo a afirmar-se como um espaço ímpar de apoio à comunidade artística independente na dança, música e outras áreas de cruzamento artístico.
No primeiro ciclo de três anos, apoiou jovens criadores e intérpretes; criadores e intérpretes consagrados; programadores e directores de equipamentos culturais; festivais de dança, música e vídeo; estudantes nas áreas da dança e da música a nível secundário e superior e professores e escolas de dança de todo o país.