A próxima temporada do Teatro Nacional de São Carlos inicia-se a 18 de Setembro de 2015 com um concerto coral-sinfónico pela Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos, estendendo-se até Junho de 2016. Durante este período poderemos assistir a 35 espectáculos na Temporada Lírica, onze concertos sinfónicos e 25 espectáculos da Orquestra Sinfónica Portuguesa com a Companhia Nacional de Bailado.

A temporada lírica começa com Madame Butterfly, de Giacomo Puccini. A temporada será, no seu total, composta por cinco óperas encenadas, entre as quais se encontram duas novas produções (Dialogues des Carmélites de Poulenc e Iphigénie en Tauride de C. W. Gluck), uma estreia moderna (Lindane e Dalmiro de João Cordeiro da Silva), uma estreia portuguesa da versão encenada de A Flowring Tree de John Adams e uma estreia absoluta (Canto da Europa de Nuno Maló). A temporada lírica termina com o regresso de Nabucco de Verdi, vinte anos depois da sua última produção no teatro lisboeta.

A temporada sinfónica terá início a 27 de Setembro no Grande Auditório do CCB, onde será apresentada a 7.ª Sinfonia (em mi menor) de Gustav Mahler, com direcção de Joana Carneiro. Durante esta temporada, a Orquestra Sinfónica Portuguesa também se fará ouvir através de formações mais reduzidas, em concertos de câmara do Grupo de Metais e Percussão da OSP. Destaca-se também a apresentação de Artur Pizarro na Casa da Música do Porto, em Maio, onde Incipit, de Luís Tinoco, encomenda do São Carlos ao compositor, terá a sua estreia europeia.

Relativamente à temporada da Companhia Nacional de Bailado com a Orquestra Sinfónica Portuguesa, destacam-se as produções de Carnaval, a partir de O Carnaval dos Animais de Camille Saint-Saëns, e o regresso do bailado ao Teatro Nacional de São Carlos com A bela adormecida de Tchaikovsky, que será apresentado na época natalícia de 2015.

De acordo com Manuel Pedro Ferreira, em artigo publicado no jornal Público, a missão a que o Teatro Nacional de São Carlos se propõe, “tal como está definida”, é “praticamente impossível de concretizar” tendo em conta uma orquestra que acumula funções de orquestra sinfónica, orquestra de ópera e orquestra de bailado e um coro que “parece ser obrigado a inventar trabalho nas épocas mortas para se justificar”. Lembrando a falta de meios humanos do Teatro Nacional de São Carlos, Manuel Pedro Ferreira salienta, no entanto, que “a dieta de 2015-2016 não foi mal doseada” ou, como acusa no título, fez-se, “à falta de ovos, uma boa salada”.

Sobre o autor

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Isabel Pina é doutoranda e bolseira de doutoramento em Ciências Musicais Históricas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, interessando-se principalmente pelo estudo da história da música em Portugal nos séculos XIX e XX, música e ideologia, nacionalismo, análise e semiótica musical, e imprensa e crítica musical. Concluiu o mestrado em Ciências Musicais tendo apresentado a dissertação “Neoclassicismo, nacionalismo e latinidade em Luís de Freitas Branco, entre as décadas de 1910 e 1930”. É actualmente voluntária na Biblioteca Nacional de Portugal, tendo estagiado no Museu da Música. Enquanto colaboradora do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), é membro do Grupo de Teoria Crítica e Comunicação, do SociMus (Grupo de Estudos Avançados em Sociologia da Música), e co-fundadora do Núcleo de Estudos em Música da Imprensa.