O compositor francês Jacques Derégnaucourt estará em Évora no próximo dia 26 de Fevereiro para um seminário que decorrerá no auditório do Colégio Mateus de Aranda, Escola de Artes da Universidade de Évora, num evento com organização da Doutora Ana Telles, docente no Departamento de Música da mesma universidade.

O seminário consistirá em dois momentos distintos. No primeiro, que decorrerá entre as 11h00 e as 13h00, o convidado irá proferir uma conferência com o título “Hedonisme sonore et liberté de la forme”, focando-se na pesquisa de timbres de sons acústicos e electrónicos e na aproximação poética à obra durante o processo de composição, expressão de todo o tipo de sons, conservação do impacto melódico-harmónico como base de toda a música e influências musicais do passado e do presente. O segundo momento consistirá de um workshop, das 14h30 às 18h00, “La curiosité et l’envie de la découverte, sensations nouvelles”, com as linhas orientadoras da curiosidade como chave da descoberta musical, tanto na escuta como na prática instrumental e vocal, abordando a improvisação a solo ou em grupo, a escuta de músicas tradicionais e dos diferentes movimentos de avant-garde, e a improvisação no processo criativo.

As inscrições para o workshop deverão ser feitas junto do secretariado do Pólo de Évora do CESEM, junto da D. Maria Ana Duarte Silva (mita@uevora.pt), com um custo de inscrição de 5 euros para alunos da Universidade de Évora e de 10 euros para alunos externos.

Jacques Derégnaucourt nasceu em 1958, iniciando os estudos musicais aos oito anos de idade. Estudou violino, bem como a maioria das disciplinas de uma formação clássica, nos conservatórios de Douai e de Saint-Maur, obtendo em 1980 o Diploma Superior de Execução na École Normale de Musique de Paris. Desde cedo foi incitado à composição e à improvisação, nutrida por múltiplos aspectos do som através do instrumento, da voz e dos meios electrónicos. Paralelamente, o métier de instrumentista deu-lhe o sentido da forma vivido a partir do interior, tanto no repertório barroco (no seio de formações como a Académie Sainte-Cécile, La Grande Écurie et La Chambre du Roy, Les Talents Lyriques) e clássico (como violinista na Orquestra Nacional de Lille de 1981 a 1985 e como concertino na Orquestra de Douai de 1986 a 1993), assim como em obras contemporâneas e na improvisação (solista do Ateliê Instrumental de Expressão Contemporânea de Lille de 1982 a 1989 e do Ensemble Polychromie de 1987 a 1994), estreando enquanto solista obras como Uraeus de Jacques Lenot (1988). Colabora desde 1992 com a companhia coreográfica Monique Duquesne, a orquestra Les Symphonistes Européens e o Ensemble Musica des Flandres desde 1998. Da sua extensa discografia constam vários trabalhos editados na colecção Signature da Radio-France.

Sobre o autor

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Musicólogo açoriano, doutorando na Universidade de Évora, é mestre em Ciências Musicais (FCSH NOVA) e licenciado em Música (UÉvora). É investigador em formação no CESEM e membro do MPMP. Catalogou o arquivo musical da Sé de Angra, foi bolseiro no projeto ORFEUS e também investigador no projeto PASEV. Fundou e dirigiu o Ensemble da Sé de Angra e também o Ensemble Eborensis, com concertos nas ilhas dos Açores, Continente português e França. Os seus interesses de investigação centram-se na polifonia portuguesa seiscentista, especialmente no Alentejo, e a música nos Açores do século XV ao final do XIX.