Nuno Crato, Ministro da Educação e Ciência, anunciou hoje o início do processo que levará à recuperação do edifício do Conservatório Nacional, em Lisboa.

A atribuição da empreitada será feita por concurso internacional, a ser lançado «em Outubro ou Novembro», pelo que a condução do processo de recuperação será da responsabilidade do Executivo empossado na sequência das próximas eleições legislativas — à semelhança do que acontece com a nomeação de novo director artístico para o Teatro Nacional de São Carlos. As obras em si deverão principiar no próximo ano.

Projecções iniciais da Parque Escolar estimam que o custo das obras ronde os sete milhões de euros. Nuno Crato qualifica o custo como elevado mas necessário, tratando-se de «um edifício antigo e uma traça que tem de ser preservada. Há um salão nobre que tem de ser preservado. Há um conjunto de intervenções que são caras, mas necessárias».

No entanto, o valor avançado deve ainda ser posto em causa até à conclusão da redacção do projecto. Questionada pela Glosas, a Directora da Escola de Música do Conservatório Nacional, Ana Mafalda Pernão, afirma não ser ainda possível dizer se o montante permitirá levar a cabo toda a intervenção necessária: «só um projecto mais completo pode definir o montante em causa. Este montante não tem contemplada a construção de um auditório, também solicitado pela escola, e que ficará para uma fase posterior, se a Escola de Dança for ocupar um novo espaço. Enquanto este edifício albergar ambas as escolas, esse auditório ficará em falta».

O anúncio do dia de hoje será certamente boa notícia para todos aqueles que se debateram em prol desta causa. «Todas as acções de protesto que foram levadas a cabo no início deste ano contribuíram para dar visibilidade a um problema que, há muito, era urgente resolver, e preparar a obra necessária». A abertura do diálogo entre o Ministério e uma delegação do movimento em defesa do Conservatório deu-se no passado mês de Março, após um pico de intensidade nas iniciativas; essa reunião terá contribuído «decisivamente para o processo que está agora em curso».

Sobre o autor

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Luís Salgueiro é licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa. Para além da sua actividade criativa, dedica também a sua energia à preparação de partituras e musicografia, primeiro como 'freelancer' e actualmente como coordenador das actividades editoriais do MPMP, Movimento Patrimonial pela Música Portuguesa.