Faleceu ontem, dia 20 de Fevereiro, o ilustre violinista Vasco Barbosa.
Vasco Barbosa iniciou os seus estudos com o pai, Luís Barbosa, o mais importante violinista português da sua geração. Com o apoio de uma bolsa de estudo do Instituto para a Alta Cultura, partiu para a Suíça em 1947, onde estudou com o virtuoso alemão Georg Kulenkampff. Seguiu-se Paris, onde se aperfeiçoou sob a alçada do violinista e compositor romeno George Enescu, e Nova Iorque (com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian), onde trabalhou com o reputado pedagogo arménio Ivan Galamian.
Foi, durante décadas, concertino da Orquestra da Emissora Nacional e da Orquestra do Teatro de São Carlos, acabando por ser consagrado “concertino honorário” da presente Orquestra Sinfónica Portuguesa. No âmbito da música de câmara, destacam-se o duo com sua irmã Grazi Barbosa ou o Quarteto Atalaia (por ele fundado). Leccionou na Academia de Música de Santa Cecília. Notavelmente, manteve ainda uma intensa carreira internacional como solista. Como confirmação de um estatuto semelhante ao de seu pai, foi agraciado com numerosos prémios: Prémio Guilhermina Suggia, Óscar da Imprensa, Prémio Moreira de Sá, Prémio da Secretaria de Estado da Cultura, Prémio Almada. Foi ainda distinguido com a Ordem Militar de Santiago de Espada. No passado ano de 2015, a Camarata Atlântica havia promovido o primeiro Concurso Nacional de Cordas Vasco Barbosa, em homenagem ao grande violinista.
Foi um importante intérprete e divulgador da música para violino de compositores portugueses do século XX. Dentre as suas gravações destacam-se neste âmbito o Concerto para violino de Luiz de Freitas Branco e as duas sonatas para violino e piano de Ruy Coelho.