O Festival Música Viva faz 30 anos! Começa a 3 de Maio a 30.ª edição no O’culto da Ajuda. O Festival decorre entre os dias 3 e 12 de Maio e conta não só com os habituais concertos e estreias absolutas de algumas obras, mas também com um workshop de espacialização sonora em 2D e 3D. 

Neste 30.º aniversário, o Festival de Música Viva celebra três décadas de três gerações distintas de criadores e intérpretes que tornaram este festival não só um lugar de concertos, mas também de partilha de conhecimentos e de diferentes abordagens ao universo sonoro. É um festival de extrema importância, uma vez que continua a permitir a criação de novas linguagens musicais a par com a produção e com a vasta tecnologia disponível e usada hoje em dia. Existe assim uma permuta de conhecimentos e experiências fundamental para a divulgação do festival. Na verdade, é possível verificar de edição para edição que existe um aumento não só do número de participantes, como dos intérpretes ou até mesmo do público — que não só aumenta em número como atinge diferentes tipos de público, o que torna este festival fundamental para o contexto da música em Portugal e em específico para a música contemporânea e eletrónica. 

A abertura desta edição conta com a participação da Orquestra Metropolitana de Lisboa, no Palácio da Ajuda, sob a direção de Pedro Neves. O concerto contempla a estreia absoluta da obra  Palimpsesto — Vestígios, de António de Sousa Dias, uma encomenda Miso Music Portugal. 

Dia 4 é possível conhecer o projeto Escultura de Luz de Ana Mandillo, com música de de Francis Dhomont. Chambre d’enfants  trata-se de uma instalação sonora que convida o ouvinte a entrar numa viagem no mínimo surpreendente. O dia termina com o concerto dos Sond’Ar-te Electric Ensemble, sob a direção de Pedro Carneiro. Dia 5 contamos com o grupo Power Trio no O’culto da Ajuda.  A dia 7, o Concerto de Órgão de Tubos na Igreja Nossa Senhora da Ajuda, pelo artista sonoro, compositor e organista Cláudio Pina. A 8 é possível assistir ao concerto do Ensemble Vórtice, Brumário (ópera), de Rámon Souto.

Também o MPMP Património Musical Vivo marca presença no Festival Música Viva, no O’culto da Ajuda, com o Ensemble MPMP sob a direção de Rita Castro Blanco. Este concerto conta com a estreia absoluta da obra Há que ser rio, do compositor Diogo da Costa Ferreira. O concerto do dia 10 fica a cargo do grupo Flexus Trio. 

No penúltimo dia do festival, o programa conta com Concertos Orquestra de Altifalantes e Abóbada de Altifalantes. O primeiro concerto deste dia fica a cargo do compositor Robert Seaback, premiado do Concurso de Composição Música Viva 2022, com a obra Lightness in Transit.  Como segundo concerto, contamos com obras de vários compositores como João Castro Pinto, Mariana Vieira e Marta Domingues. O dia termina com o concerto do compositor Robert Normandeau, com a obra Elevation, que de uma forma simples está relacionada com a dimensão espiritual de compor um obra, bem como a sua dimensão vertical do espaço.  

O Festival termina no dia 12 com dois momentos distintos e interessantes. O primeiro, da parte da manhã, com o workshop sobre espacialização com o freeware SpatGris, um plugin de espacialização sonora multicanal, por Robert Normandeau no O’culto da Ajuda. Segue-se o concerto do premiado do Concurso de Composição Música Viva 2023, com a obra Cycling, de Otto Wanke, e de Sons Interiores / Interior dos Sons, de Filipe Esteves.  O Festival termina da melhor forma, com a obra Sonic Rhetorics, do compositor Panayiotis Kokoras. 


Para consulta: https://www.misomusic.me/festival-musica-viva-2024

Sobre o autor

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Lívia Duque, natural de Leiria, ingressou no Conservatório de Artes — Orfeão de Leiria, estudando saxofone. Prosseguiu os seus estudos musicais em Musicologia Histórica na Universidade de Évora, sendo pós-graduada pela Universidade NOVA. Actualmente exerce vários trabalhos na área de produção, gravação e assistência musical em várias entidades como o Duktus Sound Studio. É assistente de produção do MPMP.