Muitos se tem movido e batido pela situação de degradação que enfrenta a Escola de Música do Conservatório Nacional, em Lisboa, ainda sem solução à vista. O concerto que decorreu ontem, dia 18 de Março, pelas 21h, teve por objectivo chamar, uma vez mais, a atenção do público e, em especial, das autoridades responsáveis, para o estado de ruína em que se encontram vários espaços do Conservatório.
“Dois poetas, dois compositores” juntou no Teatro D. Maria II a poesia de Camilo Pessanha e de Fernando Pessoa à música de Fernando Lopes-Graça e de Filipe de Sousa, de que se assinalam também os dez anos desde o seu falecimento. Para além de compositor, Lopes-Graça (1906-1994) foi crítico de música, ensaísta, pedagogo e regente coral. Entre a sua vasta obra musical, encontram-se algumas peças para voz e piano sobre poesia de Fernando Pessoa, como Duas canções de Fernando Pessoa (1936), o dramático O menino da sua mãe (1936), Nove Odes de Ricardo Reis ou Quatro momentos de Álvaro de Campos, ambos de 1987. Filipe de Sousa (1927-2006) foi compositor, director de orquestra, pianista e professor no Conservatório Nacional. Dedicou-se também à investigação e divulgação de obras de compositores portugueses dos século XVIII e XIX. Escreveu sobretudo música de câmara, música de cena e música para teatro, televisão e cinema. De entre as peças para voz e piano encontram-se Dois Sonetos de Camilo Pessanha (1950), Duas Odes de Ricardo Reis (1952) e Três Sonetos Ingleses de Fernando Pessoa (1985).
O concerto contou com as participações do pianista Nuno Vieira de Almeida, o soprano Ana Paula Russo e o actor João Reis, sendo uma parceria do Teatro D. Maria II, da Escola de Música do Conservatório Nacional e da Fundação Jorge Álvares. As receitas da bilheteira reverterão para a Escola de Música do Conservatório Nacional.
Olha o meu tio. 🙂