Faleceu no passado dia 2 de Janeiro, após doença prolongada, o professor, musicólogo e compositor João-Heitor Rigaud. Era actualmente professor no Conservatório de Música do Porto, embora apoiasse (e trabalhasse em) diversos outros projectos de âmbito investigativo.

Os seus estudos musicais começaram no Conservatório de Música de Braga, onde foi o primeiro aluno matriculado, tendo estudado piano, violino e flauta até 1973. Após esse ano e até 1980, frequentou a Academia Parnaso, no Porto, dirigida pelo seu fundador, Fernando Corrêa de Oliveira, seguindo depois para Genebra, onde se graduou com as mais elevadas classificações. Foi docente convidado da Universidade do Minho, no Mestrado em Estudos da Criança, especialização em Educação Musical, no Instituto de Estudos da Criança entre 2003 e 2005.

 

 

A obra de João-Heitor Rigaud, em que se incluem obras de câmara, corais e sinfónicas, está, desde 2012, a ser editada pelo MPMP Património Musical Vivo. Para 2022 estava também prevista a edição de um livro sobre João Arroyo, figura musical portuense sobre a qual Rigaud se debruçou no seu doutoramento em História, concluído em 2012 pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Elisa Lessa, sua amiga de infância, relembra que Rigaud se considerava a si próprio “persistente, curioso e leal (não necessariamente por esta ordem)”. A Glosas, com quem colaborou em algumas ocasiões, não esquece a sua inultrapassável gentileza e seriedade, juntando-se à comunidade musical no envio das mais sentidas condolências à sua família e aos seus amigos.

Sobre o autor

Avatar photo

Licenciado em piano pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Jorge Moyano, concluiu o Conservatório Nacional com a classificação máxima, tendo aí estudado com Hélder Entrudo e Carla Seixas. Premiado em diversos concursos, apresenta-se em concerto em variadas formações. Estreia regularmente obras de compositores contemporâneos. Gravou para a RTP/Antena 2, TV Brasil e MPMP: editou, em 2020, o CD “La fièvre du temps” em duo com Philippe Marques. É membro fundador do MPMP Património Musical Vivo, dirigindo temporadas e coordenando inúmeras gravações. Termina, actualmente, o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura do ISCTE. Foi director executivo da GLOSAS entre 2017 e 2020.