A agenda do mês de Maio do jovem compositor João Carlos Pinto trouxe-nos já a reapresentação do anti-manifesto.exe, para megafone e electrónica, no Conservatori Liceu (Barcelona), com a interpretação de Núria Carbó, mas as grandes novidades ainda estão para chegar: a primeira delas é já no próximo dia 21 — a estreia de La vie, para flauta baixo e piano preparado (encomenda da Arte no Tempo), com a interpretação de Ricardo Carvalho e João Casimiro de Almeida, no GrETUA (Grupo Experimental de Teatro da Universidade de Aveiro).

As expectativas são grandes para o dia seguinte, 22 de Maio. O saxofonista Luís Salomé junta-se à Orquestra das Beiras, sob a direcção de Nuno Coelho, na Reitoria da Universidade de Aveiro, para outra estreia: a do Concerto para saxofone e orquestra, uma encomenda da Câmara Municipal de Aveiro.

Haverá também oportunidade de revisitar Ninguém me ensinou a olhar (peça de dança de Andreia Alpuim e Andreia Marinho) no Coliseu Porto Ageas, no dia 19 de Maio, e xD (duo com Pedro Branco, com música improvisada para guitarra eléctrica e electrónica) no Ermo do Caos, Porto, no dia 23.

 

João Carlos Pinto no espectáculo Caco Meal (© João Pádua, gnration, 2019)

 

João Carlos Pinto está, entretanto, a trabalhar no projecto Ad hominem, uma “performance motivacional multimédia” com apoio da Direcção-geral das Artes, que começa a revelar-se em Junho numa conferência com Rodrigo Constanzo (aqui programador de interfaces tecnológicos à base de sensores) na “Semana da Composição” da Escola Superior de Música de Lisboa, a que se segue um workshop e uma residência, em Agosto, no Ermo do Caos (Porto), e ainda uma outra, em Dezembro, no O’culto da Ajuda (Lisboa). A data de estreia pode já ser anotada: será no dia 8 de Dezembro e integra-se no ciclo “Talentos Emergentes”, organizado por esta última instituição. O projecto circulará depois por Braga (Festival OCUPA, gnration, 18 de Dezembro) e Aveiro (Bienal Aveiro_Síntese, Teatro Aveirense, Maio de 2022). Para além de ser autor conceptual, João Carlos Pinto criará música, vídeo, cenografia, figurino, desenho de luz e, por fim, será ele próprio performer.

As experiências multimédia valeram-lhe já, muito recentemente, o prémio “City to city: Human Responsibility” da UNESCO, que resultou na encomenda de LIMBO, uma obra concretizada em parceria entre João Carlos Pinto (Braga Media Arts) e Sarah Degenhardt (ZKM Karlsruhe), que pode ser apreciada aqui.

João Carlos Pinto nasceu em 1998. Estudou Piano e Composição no Conservatório Gulbenkian de Braga e licenciou-se em Composição na Escola Superior de Música de Lisboa. Em 2019 foi nomeado Jovem Compositor Associado dos Estúdios Victor Córdon (parceria com Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado), seleccionado para o Festival ManiFeste IRCAM / Centre Pompidou (Paris), onde trabalhou com Raphaël Cendo e o Ensemble NIKEL, e para uma residência sobre Criação de Ópera coordenada pela ENOA no LOD Muziektheater (Ghent).

Sobre o autor

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Curso Complementar de Piano no Conservatório Nacional. Licenciatura em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou sob orientação de Sérgio Azevedo e de António Pinho Vargas. Durante um ano, em programa Erasmus, frequentou o Conservatório Nacional Superior de Paris (CNSMDP). Mestre e doutorando em Ciências Musicais pela Universidade NOVA. Membro fundador e Presidente da Direcção do MPMP. Director da revista GLOSAS (números 1-15 e 20-). Distinguido com o 2.º Prémio do Concurso Otto Mayer-Serra (2017) da Universidade da Califórnia, Riverside, e o Prémio Joaquim de Vasconcelos (2019) da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música.