Na próxima quinta-feira, dia 1 de Outubro, têm início as “Jornadas Maestro Manuel Ivo Cruz: duas gerações, a mesma paixão pela Música”, com um encontro no Auditório da Biblioteca Nacional de Portugal. O encontro terá entrada livre e contará com a participação de Maria João Pinto, Mário Moreau, Sílvia Sequeira e Sofia Lourenço. No mesmo espaço estarão expostos documentos pertencentes ao Espólio Ivo Cruz e à Colecção Ivo Cruz, que reúne um relevante conjunto de partituras e obras de temática musical, bem como impressos e manuscritos raros, nomeadamente autógrafos de João Domingos Bomtempo. Também com entrada livre, estará patente uma exposição documental no foyer do Teatro Nacional de São Carlos, de 2 a 15 de Outubro.
Tendo iniciado os seus estudos musicais em Olhão e concluído uma licenciatura em Direito na Universidade de Lisboa, Ivo Cruz (1901-1985) foi um dos fundadores do Renascimento Musical, movimento fortemente marcado pelos ideais do integralismo lusitano e dedicado principalmente à revalorização da música portuguesa dos séculos XVII e XVIII, e da Sociedade Coral Duarte Lobo, especialmente dedicada a esse repertório. Fundou também a Orquestra Filarmónica de Lisboa em 1937 e, como figura relevante no ensino da música, leccionou no Conservatório Nacional, instituição da qual se torna director, substituindo Vianna da Motta, em 1938, e mantendo o cargo até 1971.
Manuel Ivo Cruz (1935-2010) iniciou a sua carreira em 1954, como director de uma orquestra de câmara no Salão Nobre do Conservatório, tendo integrado o naipe de violoncelos da Orquestra Filarmónica de Lisboa. Com uma bolsa da Fundação Calouste Gulbenkian, Manuel Ivo Cruz parte, em 1962, para a universidade de Salzburgo, na Áustria, terminando com elevada distinção o curso de Direcção de Orquestra da Academia Mozarteum. Em 1966 regressa a Portugal e assume o cargo de maestro titular da Orquestra Filarmónica de Lisboa, tendo colaborado com outras orquestras e, em 1975, passado a desempenhar funções de maestro-director no Teatro Nacional de São Carlos. Em 1999, doou o seu espólio pessoal à Universidade Católica Portuguesa.
Esta iniciativa resulta de uma parceria entre a Biblioteca do Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, a Biblioteca Nacional de Portugal e o Teatro Nacional de São Carlos, e tem como objectivo a promoção e divulgação dos espólios de Ivo Cruz e de Manuel Ivo Cruz.