música entre artes .
uma rubrica da revista Glosas .
a proposta de um breve olhar sobre representações da música noutras artes .
No passado ano de 2020 celebrou-se o centenário de nascimento da fadista Amália Rodrigues (Lisboa, 23 de Julho de 1920 – Lisboa, 6 de Outubro de 1999). A pandemia que vivemos no presente causou uma injusta sombra sobre as celebrações. Certos da necessidade de assinalar a efeméride com a devida pompa, a organização prolongou-a para o ano corrente ano de 2021.
São várias as actividades em programa e muitos os intervenientes. Os CTT, no âmbito da Filatelia e Coleccionismo, lançaram a 23 de Julho de 2020 uma emissão que celebra o centenário sob o título “Amália Rodrigues | 100 anos”. Analisam-se, de forma simples, três elementos desta emissão: dois selos e um bloco filatélico.
Fig. 1a e 1b | Um dos selos mostra um balandrau de cores fortes da colecção da Fundação Amália Rodrigues e, como fundo, Amália no Brejão na década de 80; o outro selo mostra um xaile negro com flores coloridas e, como fundo, Amália em concerto na década de 80. Contrastam os dois trajes mostrando duas facetas de uma mulher – moderna e, ao mesmo tempo, sempre tradicional (ou do mundo, ao mesmo tempo sempre portuguesa).
Fig. 2 | O selo do bloco filatélico tem do lado esquerdo Amália num concerto em Cartago, em 1972; no centro a Amália no programa de rádio «Comboio das Seis e Meia», de 1952; e à direita Amália no jardim de sua casa na Rua de São Bento, na década de 90; o fundo do bloco é o vestido usado numa digressão ao Japão, na década de 80, com uma jóia na lapela. Ao lado, três terços, símbolos de devoção.
Pretendeu-se mostrar vários elementos iconográficos que caracterizam Amália enquanto mulher e enquanto fadista. Privilegiam-se aspectos do feminino (roupa e jóias), com particular incidência no requinte, mas sem esquecer a tradição do xaile português. Amália é mostrada em público (palco) e na intimidade (casa). Os CTT honram a fadista numa edição que se recomenda a todos os amantes de iconografia musical e do fado.