Com direcção artística de Max Hoehn e Inês Simões, o festival Música na Fábrica estreia este ano entre 30 de Junho e 2 de Julho na Fábrica L., Lx Factory. Destacam-se três estreias nacionais de ópera na programação, assim como vários concertos dedicados à música contemporânea e workshops.

Sob o nome de Café Carnage, o Opera Lab Europe apresenta três óperas a cappella de três compositores do repertório contemporâneo que exploram a voz humana na sua expressividade máxima: King Harald’s Saga, um monodrama para soprano solo de Judith Weir; The Waiter’s Revenge de Stephen Oliver; e Hummus, uma breve ópera para sete cantores de Zad Moultaka. Com encenação de um dos directores do Festival, Max Hoehn, nomeado para o International Opera Awards de 2016, Café Carnage reúne nestas três óperas de curta duração um elenco constituído pela Soprano Inês Simões, também directora do Música na Fábrica, James Hall (contratenor), Nicholas Morris (barítono), Marina Pacheco (soprano), Austin Gunn (tenor), Job Tomé (barítono) e Nélia Goncalves (meio-soprano). As três óperas decorrem às 21h00 de sexta e sábado, com últimas récitas às 19h30 de domingo.


Dos três concertos do duo de Pedro Segundo (Percussão) e Ross Stanley (Orgão Hammond), a decorrer nas noites de cada um dos dias do festival, até um concerto de multimédia para violino barroco, electrónica, percussão e baixo contínuo com Maria da Rocha & The Beet Root Consort, a realizar na tarde de sábado, o festival apresenta-nos uma programação maioritariamente contemporânea e variada a nível de estilo e instrumentação. Fruto de uma residência artística na Electronic Music Studio, em Estocolmo, Maria da Rocha apresenta-nos obras para violino moderno, electrónica e sintetizadores analógicos num concerto que também reúne obras do Período Barroco, interpretadas por The Beet Root Consort em instrumentos de época.

O Música na Fábrica apresenta também um concerto de José Valente, acordeonista vencedor do 1.º prémio no Prémio Jovens Músicos, na edição de 2014, que interpretará obras de Astor Piazzola, J. S. Bach, Anatoly Kusyakov, Camille Saint-Säens e Sofia Gubaidulina, esta última com De Profundis, num concerto às 17h00 de sábado, segundo dia do festival. Logo de seguida, às 19h00, Ricardo Rocha apresenta algumas das suas composições dedicadas à guitarra portuguesa contemporânea. No domingo às 17h30, haverá também oportunidade para assistir a um concerto dedicado ao repertório coral, a realizar pelo Coro Juvenil do Instituto Gregoriano de Lisboa, com direcção artística de Filipa Palhares.

O Música na Fábrica alberga ainda dois workshops na sua programação. O Workshop Impro’Voices Orchestra decorre na manhã de sábado e explora a improvisação vocal e a criação musical em tempo real, sob a direcção de Luís Bragança Gil. Para as famílias, decorre também uma oficina de música para pais e crianças até aos 3 anos na manhã de domingo, orientada por Cláudia Coelho e Bárbara Barradas.

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Sobre o autor

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Terminou o curso complementar de piano na Fundação Musical dos Amigos das Crianças em 2007, completando também o ensino secundário na área de Artes Visuais. Em 2010, completou a licenciatura em Música no Goldsmiths College, University of London, com uma dissertação acerca dos desenvolvimentos contemporâneos do fado. Realizou o mestrado na mesma universidade, concluindo o curso Contemporary and Popular Music Studies em 2012. Foi com o apoio do Professor Sérgio Azevedo que desenvolveu a sua tese sobre Constança Capdeville, com uma análise do ‘Libera me’. Entre 2010 e 2014, deu aulas de piano e formação musical em diversas escolas de Londres, tendo também colaborado num projecto de inclusão social pela arte. Durante este período, realizou actividades de produção, curadoria e divulgação de música contemporânea.