Joaquim Gonçalves dos Santos (1936-2008) foi o “compositor a descobrir” da rubrica com o mesmo título do primeiro número da revista glosas (Maio de 2010). O texto assinado por Nuno Costa traçava o percurso pessoal e artístico de um compositor bastante activo e dedicado à música religiosa, mas não só. Vem este apontamento a propósito do concerto de professores do Fórum Cultural de Gulpilhares, em Vila Nova de Gaia, no qual se fará ouvir “Salmo 99”, das Impressões Bíblicas Servite Domino in Laetitia deste compositor. O intérprete será o pianista Filipe Andrade, também ele estudioso da obra de Joaquim dos Santos e que está de momento a preparar a sua tese de mestrado em torno do repertório para piano do compositor.

O concerto decorre a 11 de Abril e junta alguns dos professores da escola de música Fórum Cultural de Gulpilhares. Filipe de Andrade apresenta um programa inteiramente consagrado a música portuguesa para piano do século XX, interpretando de Ivo Cruz (1901-1985) “Canto de Luar”, da Aguarela n.º 3 e, de Amílcar Vasques-Dias (n. 1945), “Nocturno 1 – Geografia dos Rebeldes”, de 12 Nocturnos em teu nome, para além da peça de Joaquim dos Santos. Os restantes executantes voltam-se antes para composições de autores franceses, espanhóis, brasileiros e argentinos, dando, assim, a ouvir peças ou excertos de Debussy, Granados, Falla, Villa-Lobos e Piazolla. Tocam Daniela Anjo e Carlos David, num duo de flauta e guitarra, Patrícia Quintas e Augusto Pacheco, num duo de canto e guitarra, Ana Sousa e Olga Ramos, em piano a quatro mãos, e o Gaya Quartet, composto por Isabel Anjo, Daniela Anjo, Samuel Peruzzolo e Francesca Serafini.

Para quem tiver vontade de conhecer um pouco da música de Joquim dos Santos, sugere-se a consulta do blogue que lhe é dedicado. Apesar de não ser actualizado há algum tempo, encontram-se a partir desta ligação alguns vídeos e gravações áudio de várias peças da sua autoria bem como partituras de algumas obras, transcritas por Nuno Costa.

 

Sobre o autor

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Mariana Calado encontra-se a realizar o Doutoramento em Ciências Musicais Históricas focando o projecto de investigação no estudo de aspectos dos discursos e das sociabilidades que caracterizam a crítica musical da imprensa periódica de Lisboa entre os finais da I República e o estabelecimento do Estado Novo (1919-1945). Terminou o Mestrado em Musicologia na FCSH/NOVA em 2011 com a apresentação da dissertação "Francine Benoît e a cultura musical em Portugal: estudo das críticas e crónicas publicadas entre 1920's e 1950". É membro do SociMus – Grupo de Estudos Avançados em Sociologia da Música, NEGEM – Núcleo de Estudos em Género e Música e do NEMI – Núcleo de Estudos em Música na Imprensa, do CESEM. É bolseira de Doutoramento da FCT.