Terá início no próximo dia 13 de Outubro a 2.ª temporada do ciclo “Músicas do Acervo: Compositores portugueses e seus contemporâneos”, às 19 horas, no Museu Nacional da Música, com entrada livre.

Após o sucesso da primeira temporada na divulgação e valorização do repertório de música erudita portuguesa e da sua contextualização nas estéticas musicais ocidentais dos séculos XIX e XX, é objetivo da segunda temporada dar continuidade à apresentação das composições pouco (ou nada) divulgadas de compositores portugueses de reconhecida qualidade. De notar que o acervo contém largas centenas de obras, que aguardam senão a oportunidade para saírem à luz da ribalta, para satisfação do grande público e do orgulho português. A dedicação e esforço dos 10 músicos convidados — alguns deles estrangeiros — para interpretarem o conjunto selecionado destas peças que iremos ouvir ao longo dos próximos meses é, desde já, de louvar, representando mais um passo na concretização dos objetivos pretendidos.

No primeiro concerto somos convidados a ouvir composições de António Fragoso (1897 – 1918), Claude-Achille Debussy (1862 – 1918), Edvard Grieg (1843 – 1907), Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959) e Béla Bartók (1881 – 1945). A pianista norueguesa Anne Kaasa, descrita pela revista francesa Le Monde de la Musique como “uma pianista que se destaca no abundante mundo de solistas pela profundidade das suas interpretações, pela fluidez do seu discurso musical e pela delicadeza do seu toucher”, guiar-nos-á através de um repertório modernista, ao qual quis associar a comemoração dos 150 anos da morte do poeta Charles Baudelaire. Ao denominar o seu recital como “Convite à Viagem“, com o repertório, assim, selecionado em função deste tema, faz um paralelismo com o poema “Invitation au voyage” de “Le Spleen de Paris” do escritor francês.

Já no dia 28 de Outubro será a vez de um dos maiores talentos da nova geração de pianistas brasileiros, Paulo Meirelles, na sua segunda digressão a Portugal, na qual apresentará obras de Luís de Freitas Branco (1890 – 1955), as expressivas baladas de F. Chopin (1810 – 1849) e a desafiadora 7.ª Sonata de S. Prokofiev (1891 – 1953), além de estrear em Portugal quatro peças de um dos maiores expoentes da música brasileira da segunda metade do século XX, Almeida Prado (1943 – 2010), actual objeto de pesquisa de doutoramento do jovem pianista, na Universidade de Sorbonne, em Paris.

Estes quentes dias de Outubro terão a contrastar uma promessa de ar fresco, para as obras dos nossos bons compositores portugueses, há demasiado tempo escondidas. O ciclo terá lugar todos os meses, até Junho de 2018, às 19 horas da data designada no programa, que desde já desafiamos a consultar.

Sobre o autor

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Adriano Nogueira é licenciado em Ciências Musicais e mestrando em Ciências da Educação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Actualmente é comissário do ciclo de concertos "Músicas do Acervo: Compositores Portugueses e seus Contemporâneos", no Museu Nacional da Música.