Desde o início do presente ano lectivo, Setembro de 2015, que, em nove agrupamentos de Santa Maria da Feira, decorre a iniciativa “De que som sou feito?”, projecto com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e responsabilidade de quatro musicoterapeutas que focam a sua atenção em 100 dos 350 alunos do 5.º ao 12.º ano de escolaridade que, nas escolas públicas da região, apresentam necessidades educativas especiais.

As actividades, que envolvem desenho, pintura, canto, dança e contacto com alguns instrumentos musicais, como teclados, pandeiretas, guitarras, entre outros, são direccionados para, no máximo, oito alunos em cada sessão (com a duração de uma hora e meia), onde se pretende trabalhar a concentração, a integração social, a percepção de si mesmo e dos outros, sendo que o objectivo fundamental não é o ensino de música, mas sim a utilização da música para o desenvolvimento dessas capacidades nos alunos.

O projecto foi proposto pela Federação das Associações de Pais e Encarregados de Educação do Concelho de Santa Maria da Feira, a FapFeira, que promoveu parcerias e conseguiu, após concurso, obter o financiamento da Fundação Gulbenkian até ao final do presente ano lectivo, bem como a compra de um “tambor do mar” para cada escola, instrumento que alegra as crianças por imitar os sons das ondas do mar.

A musicoterapia é ainda uma área pouco conhecida do público em geral; no entanto, os terapeutas consideram-na um meio inovador que, apesar de pouco divulgado, tem sido bem aceite e poderá ser relevante para a inclusão e integração destas crianças. Deste projecto fazem parte quatro musicoterapeutas: Cristina Castro, licenciada em Psicologia com uma pós-graduação em Musicoterapia, Presidente da Associação Nacional de Musicoterapeutas, MutPet, fundada em Abril de 2015; Ana Matos, com formação em piano e igualmente licenciada em Psicologia e pós-graduada em Musicoterapia; Paula Norazzi, baterista e musicoterapeuta, e Natália Santos, psicóloga e musicoterapeuta.

Sobre o autor

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Isabel Pina é doutoranda e bolseira de doutoramento em Ciências Musicais Históricas na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, interessando-se principalmente pelo estudo da história da música em Portugal nos séculos XIX e XX, música e ideologia, nacionalismo, análise e semiótica musical, e imprensa e crítica musical. Concluiu o mestrado em Ciências Musicais tendo apresentado a dissertação “Neoclassicismo, nacionalismo e latinidade em Luís de Freitas Branco, entre as décadas de 1910 e 1930”. É actualmente voluntária na Biblioteca Nacional de Portugal, tendo estagiado no Museu da Música. Enquanto colaboradora do Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical (CESEM), é membro do Grupo de Teoria Crítica e Comunicação, do SociMus (Grupo de Estudos Avançados em Sociologia da Música), e co-fundadora do Núcleo de Estudos em Música da Imprensa.

Uma resposta

  1. Carlos Silva

    Boa tarde, ainda realizam estas atividades em Santa Maria da Feira para meninos com o espectro de autismo?

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