N’A Criação de Haydn, a palavra Licht (Luz) assinala o momento criador em que transitamos da escuridão para o brilho orquestral. No disco Prima Luce, que o Quarteto de Guitarras de Lisboa (QGLx) irá apresentar em concerto no próximo dia 30 de Janeiro em Almada, a Luz, elemento primordial criador, é a característica comum a todas obras, de Carlos Marecos, Cláudio Cruz, Francisco Tavares, José Dias, Manuel Durão e André Santos.

Há também memórias, histórias de infância, contrastes de luz e de sombra, de aceleração e de acalmia e uma luminosidade no som das quatro guitarras que tocam numa sintonia bem construída, pontuada por muitos efeitos sonoros.

Um concerto que promete envolver o ouvinte num universo sonoro que poderá quiçá deixá-lo (como diria António Damásio) a “um passo da luz”, como metáfora do advento “simples e esmagador da entrada do Si no mundo da mente.” [1]

 


 30 de Janeiro de 2015, 21h30

Auditório Fernando Lopes-Graça do Fórum Romeu Correia (Almada)


 

O Quarteto de Guitarras de Lisboa (QGLx) formou-se em 2006, tendo realizado, nos primeiros três anos, cerca de cinquenta recitais entre Portugal e Espanha, e estreado diversas obras de compositores portugueses. Em 2011, após uma paragem, o grupo retomou a sua actividade e, desde então, tem-se dedicado a preparar repertório essencialmente composto por obras de compositores portugueses, a par de obras de compositores de referência do universo guitarrístico. Em 2013, o grupo editou um CD com peças de compositores portugueses dedicadas ao QGLx.

QGLx: André Santos, José Dias, Miguel Vieira da Silva, Pedro Luís

 


 

[1] Damásio, A., 2000, O sentimento de si, Edições Europa-América, p. 22

Sobre o autor

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Doutorada em Música e Musicologia (ramo de Interpretação) pela Universidade de Évora, é actualmente investigadora do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Iniciou os seus estudos musicais no Instituto Gregoriano de Lisboa. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas: Estudos Ingleses e Alemães (FLUL) e em Canto (ESML). Posteriormente obteve o grau de LGSM (Licenciate by the Guildhall School of Music and Drama) através do Trinity College. Como cantora de ópera, foi “Fanny” em 'O Tanoeiro' de Thomas Cooper (Teatro da Trindade), “2.ª Dama” na 'Flauta Mágica' de Mozart e “Sebastiana”, numa versão portuguesa da sua autoria da ópera 'Bastien und Bastienne' de Mozart. Para além de se apresentar regularmente em recitais, é membro do Coro Gulbenkian.