Principia Março com o lançamento de uma série de clubes de escuta na Biblioteca Municipal de Marvila. A decorrer entre Março e Junho, a iniciativa de Martim Sousa Tavares (coordenador de projectos educativos do MPMP) e Catarina Távora visa aproximar a escuta da imaginação e reflexão, juntando novas músicas e novos ouvintes numa reunião informal para ouvir e falar sobre música: a do nosso tempo, a mais antiga, a que temos à nossa volta e a de que raras vezes ouvimos falar… As inscrições podem ser feitas através de bib.marvila@cm-lisboa.pt, reservando-se as sessões para benjamins ao público em idade escolar do 1.º ciclo (7 de Março, 10h30), e as sessões para adultos a todos os interessados (23 de Março, 18h30).

 

 

Segue-se o regresso do MPMP ao Lisboa Incomum, espaço tão singular do panorama cultural da capital portuguesa, e tão bem conduzido pelo seu idealizador de sempre, o compositor Jaime Reis. Desta vez, o acolhimento faz-se no contexto do Prémio Musa 2021, certame em que aquela estrutura colaborou como parceira, e em que Jaime Reis colaborou como jurado, juntamente com Annette Vande Gorne, Flo Menezes, João Pedro Oliveira e Keita Matsumiya. A edição propunha a celebração da obra literária de Clarice Lispector, escritora cuja família se radicou no Brasil depois de fugir de uma onda de pogroms que varreram a então República Popular da Ucrânia no início do século XX — inquietante coincidência, esta de assistirmos nestes dias à invasão da Ucrânia pela Rússia de Putin, provocando também milhares de refugiados… O concerto será no dia 11, às 19h30, e nele escutaremos a estreia absoluta da obra distinguida, Sim., de Tiago Quintas, sobre a qual se notificou aqui.

Mais perto do fim do mês, nos dias 26 e 27 de Março, às 18h, respectivamente no Museu da Música Portuguesa, Estoril, e no Convento dos Remédios, Évora, a dupla de pianistas composta por Duarte Pereira Martins e Philippe Marques lançam o 26.º número da colecção discográfica melographia portugueza. Trata-se de um monográfico com obras de Fernando Lopes-Graça: as suas Melodias rústicas portuguesas.

Ainda no dia 27, às 10h, mas em Cascais, mais uma sessão da Glosas na Lusophonica. Depois de termos escutado o compositor Tiago Cabrita no passado mês de Fevereiro, a convidada da sessão deste mês é a jovem musicóloga Filipa Cruz, que oferecerá uma viagem musical em torno da pianista Maria da Graça Amado da Cunha e dos compositores com quem conviveu, como Fernando Lopes-Graça e Francine Benoît, colhendo preciosas informações na correspondência identificada entre os artistas e, nela, desvelando interessantes processos de aprendizagem do repertório pianístico.

 

 

Para mais informações, sugerimos a consulta da brochura digital. Até breve!

Sobre o autor

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Curso Complementar de Piano no Conservatório Nacional. Licenciatura em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou sob orientação de Sérgio Azevedo e de António Pinho Vargas. Durante um ano, em programa Erasmus, frequentou o Conservatório Nacional Superior de Paris (CNSMDP). Mestre e doutorando em Ciências Musicais pela Universidade NOVA. Membro fundador e Presidente da Direcção do MPMP. Director da revista GLOSAS (números 1-15 e 20-). Distinguido com o 2.º Prémio do Concurso Otto Mayer-Serra (2017) da Universidade da Califórnia, Riverside, e o Prémio Joaquim de Vasconcelos (2019) da Sociedade Portuguesa de Investigação em Música.