Era já aguardada a mudança desde que o museu se instalou na estação de metro Alto dos Moinhos, em 1994, mas parece agora ser definitiva: após quase trinta anos de actividade subterrânea, o Museu Nacional da Música (MNM) está de partida para Mafra e encerrará a sua actividade temporariamente a partir de 2 de Outubro. A previsão de fecho é de cerca de um ano, com a reabertura por agora fixada no último trimestre de 2024.

Conforme se pode ler na nota de imprensa enviada pelo MNM, esta mudança “permitirá duplicar o número de peças em exposição” (para cerca de meio milhar), acolhendo um acervo bastante diverso de “instrumentos musicais [dos últimos seis séculos], partituras, fonogramas, iconografia e documentação variada”. Este espaço expositivo será localizado na ala norte do Palácio Nacional de Mafra, cujos trabalhos de requalificação, no âmbito do Plano de Resolução e Resiliência (PRR), estão orçamentados em cerca de 6 milhões de euros. A paragem será também utilizada para intervir no espólio do museu, de que é exemplo “a instalação de uma grande bolha de anoxia para higienização de todo o acervo”. O MNM prevê também a abertura pontual para recepção de visitas orientadas (sob marcação), em que o público poderá acompanhar o processo de mudança de instalações.

O último mês de actividade em Lisboa tem sido pautado por uma programação intensa, que culminará no Dia Mundial da Música, próximo domingo, 1 de Outubro, com dois concertos: pelas 11h, a pianista Marta Menezes trará música de Óscar da Silva, Artur Santos e António Fragoso; pelas 15h, será a vez do duo de flauta e piano de Adriana Ferreira e Isolda Crespi Rubio interpretar Eurico Carrapatoso, Camargo Guarnieri, José Vianna da Motta e Alberto Ginastera. O mês ficou já marcado pela presença de importantes nomes do panorama artístico nacional, como Mário Laginha ou António Victorino d’Almeida.

 

Sobre o autor

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Licenciado em piano pela Escola Superior de Música de Lisboa, na classe de Jorge Moyano, concluiu o Conservatório Nacional com a classificação máxima, tendo aí estudado com Hélder Entrudo e Carla Seixas. Premiado em diversos concursos, apresenta-se em concerto em variadas formações. Estreia regularmente obras de compositores contemporâneos. Gravou para a RTP/Antena 2, TV Brasil e MPMP: editou, em 2020, o CD “La fièvre du temps” em duo com Philippe Marques. É membro fundador do MPMP Património Musical Vivo, dirigindo temporadas e coordenando inúmeras gravações. Termina, actualmente, o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura do ISCTE. Foi director executivo da GLOSAS entre 2017 e 2020.