A 23.ª edição do Festival Amazonas de Ópera (FAO) arrancou ontem, 6 de Junho, e vai até o dia 20. Após ter sido cancelada no ano passado, por conta da pandemia de Covid-19, a versão de 2021 será quase todo digital e inclui três estreias, todas encomendadas especialmente para o festival: Três minutos de sol, de Leonardo Martinelli, O corvo, de Eduardo Frigatti, e Moto-contínuo, de Piero Schlochauer.

No cômputo geral, o festival fará um panorama de 165 anos de repertório brasileiro. Segundo o maestro Luiz Fernando Malheiro, director artístico do FAO, este ano será totalmente dedicado a compositores e intérpretes brasileiros, que muito sofreram por conta do contexto actual. 

Por medida de segurança, Malheiro ressalta que todas as obras serão para orquestra de câmara, envolvendo até doze pessoas, e sem efectivo coral. Haverá sempre um mínimo de um solista e um máximo de quatro. Óperas e concertos serão gravados e os recitais de canto e piano serão realizados ao vivo. 

Além de óperas, concertos e recitais, a programação ainda contará com webinars, masterclasses on-line, vídeos educacionais e outras atracções digitais.

A transmissão é feita pelas redes sociais oficiais da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (@culturadoam) e do FAO (@festivalamazonasdeopera). Para mais informações visite fao.teatroamazonas.com.br.

 


 

Programação (sujeita a alterações)

 

Leonardo Martinelli, Três minutos de sol
6 de Junho, às 19h (hora de Manaus) – Ópera
Libreto de João Luiz Sampaio

Três minutos de sol, de Leonardo Martinelli, abre a programação. Ópera de câmara, aborda os relacionamentos em tempo de pandemia. Narra a história de três pessoas que estão em lugares diferentes, cada uma em sua casa, que convivem e se relacionam por meio dos média sociais. O nome da ópera faz referência ao tempo em que uma dessas pessoas fica perto da janela esperando o sol bater diariamente por apenas três minutos.

Eduardo Frigatti, O corvo

13 de Junho, às 19h (hora de Manaus) – Ópera
Inspirado no conto de Edgar Allan Poe

Baseada no poema de Edgar Allan Poe, traduzido por Machado de Assis, a ópera será uma ilustração de vinte minutos que narra a visita perturbante de um corvo a um homem que acaba de perder a sua amada, e que vê a ave como uma mensageira sobrenatural.

Piero Schlochauer, Moto-contínuo 

20 de Junho, às 19h (hora de Manaus) – Ópera
Libretto de Beatriz Porto, Isabela Pretti e Piero Schlochauer

Encerramento do festival. A obra conta a história de uma inventora que recebe um pedido para construir um moto-contínuo que leve um homem viajante ao espaço.

 

 


 

Concertos (sempre às 20h de Manaus)

 

“Duas Flores”, de Fernando Riederer
11 de Junho

“Vox Populi e Vírus Verbal em Quatro Miniaturas”, de Laiana Oliveira
12 de Junho

“Sans Rien Dire e Spaziergang”, de Tatiana Catanzaro
14 de Junho

“Dire è Fare”, de Vinicius Giust
15 de Junho

“Ária dos olhos”, de Paulina Łuciuk, poema de Alphonsus de Guimarães
18 de Junho

“A Máquina Entreaberta” de Willian Lentz
19 de Junho

 

Recitais (às 20h de Manaus)

 

Canções de Carlos Gomes, Ronaldo Miranda, João Guilherme Ripper
7, 9, 10, 16 e 17 de Junho

Canções de Chiquinha Gonzaga, Almeida Prada, Ernari Aguiar
7, 9, 10, 16 e 17 de Junho

Canções de Osvaldo Lacerda, Francisco Mignone
7, 9, 10, 16 e 17 de Junho

 

Webinars

 

“A Ópera hoje, no Brasil e no Mundo” – (Transmitido ao Vivo)
6 de Junho, às 20h de Manaus

“Teatros de Ópera e a Economia Criativa no Brasil e na América Latina”
8 de Junho, às 16h de Manaus

“A Profissão do Compositor Erudito no Brasil: formação, divulgação, interesse, futuro”
12 de Junho, às 16h de Manaus

 

Masterclasses (às 16h de Manaus)

 

“Composição de Ópera: Novas linguagens, streaming – até que ponto ajuda ou prejudica a ópera”
16 de Junho

“A arte do canto na ópera contemporânea – especialização?”
18 de Junho

Sobre o autor

Imagem do avatar

Diplomada pela Universidade de São Paulo, onde se licenciou em História, concluindo o mestrado e o doutoramento em Arqueologia e integrando o LARP, Laboratório de Arqueologia Romana Provincial, enquanto Supervisora de Programas e Pesquisas. Foi docente de História da Arte em diversas instituições universitárias e no MASP, Museu de Arte de São Paulo. Realizou o estágio doutoral no Collège de France, Paris, especializando-se depois em Gestão Cultural no SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, e concluindo o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura — Património no ISCTE, Lisboa, tendo neste âmbito sido distinguida com um Prémio de Excelência Académica.