O Theatro Municipal do Rio de Janeiro promoveu em setembro o Festival Oficina de Ópera como parte da Temporada de 2023. Os concertos cénicos com o coro e orquestra Sinfónica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro tiveram o apoio da Petrobras Cultural. Foi objetivo fomentar a produção e criação de óperas no Brasil, e assim foram compostas e produzidas duas óperas em língua portuguesa.
Falamos das óperas O caixeiro da Taverna e O sonho de Edgard. Apresentada no dia 11 e 12 de setembro, a primeira ópera foi realizada a partir de uma comédia de Martins Pena (1815-1848) de 1845 e narra a história de personagens que vivem em torno de uma taverna… O gerente, o português Manoel, quer ser sócio de Angélica, dona do estabelecimento… mas ela pretende, na verdade, casar-se com ele. Todavia, Manoel já se casou em segredo com a jovem costureira Deolinda. A obra de Martins Pena é um retrato da sociedade carioca do século XIX.
O caixeiro da Taverna foi composta por Guilherme Bernstein, professor de regência e prática de orquestra da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO. Guilherme Bernstein foi regente da orquestra do Theatro Municipal, Diretor Musical da Orquestra Sinfónica de Barra Mansa, e é Diretor Artístico do Festival de Ópera de Ouro Preto. A ópera teve direção cénica de Daniel Salgado e contou no elenco com Homero Velho, Carolina Morel, Adalgisa, Murilo Neves, Geilson Santos e Ludoviko Vianna.
O sonho de Edgard – A invenção do rádio apresentou nos dias 13 e 14 de setembro a vida de Edgard Roquette Pinto e o surgimento da rádio MEC no Brasil. Entrevistado por Almirante, Roquette revela histórias da Rádio MEC, antiga Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, e narra a sua carreira como antropólogo e defensor da rádio brasileira. De forma a melhor ilustrar o impacto da rádio naquela época é ao mesmo tempo apresentada a opereta A Noiva do Condutor. A história mostra como a rádio MEC influenciou a sociedade carioca, os seus costumes, tendências e modismos.
Foi composta por Adriano Pinheiro, que foi professor de canto da Universidade Federal de Pernambuco (2012 a 2017), onde criou e coordenou o programa Ópera Studio da UFPE. Em 2018 criou e dirigiu o Festival Internacional de Ópera de Goiânia e o Concurso Internacional de Canto de Goiânia. Atualmente é professor de canto na Escola de Música e Artes Cênicas (EMAC) da UFG e é doutorando em Música (Performance) pela Universidade de Aveiro. A ópera teve direção cénica de Antônio Ventura e contou com a participação de Adriano Pinheiro, Murilo Neves, Carla Rizzi, Lara Cavalcanti, Clebe Faria, Fábio Belizallo e Rubens Camelo.
Será possível ter mais informações sobre as produções na segunda temporada do podcast “Municipal para você” do Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Fotografia: O sonho de Edgard – A invenção do rádio.