Introdução
Como para tantos outros aspectos da produção musical de Francisco Santos Pinto, a sua actividade como compositor de música teatral carece de um estudo aprofundado. Enquanto esta vertente da obra de Joaquim Casimiro Júnior, por exemplo, já foi objecto de uma tese de doutoramento1, para Santos Pinto tem continuado a ser necessário recorrer, em primeiro lugar pelo menos, ao seu verbete no Diccionario Biographico de Ernesto Vieira2. Exceptuando as partituras, quase todas autógrafas, integradas na sua própria colecção, é difícil averiguar que fontes Vieira terá usado na elaboração desta entrada, o que implica a necessidade de verificar sistematicamente os dados por ele fornecidos através de outras fontes fiáveis.
Santos Pinto não chegou a compor qualquer ópera. O seu contributo para a música teatral é mais modesto: um trabalho não de quem procura estar na berlinda, mas de quem tem de ganhar a vida. Como o próprio explica, numa carta autobiográfica editada, em 1851, na revista O Espectador:
“Se tanto tenho produzido porém, não é por ostentar fecundidade de engenho, nem por avidez de riquezas, honras, dignidades, louvores ou fama; mas sim pela constante necessidade de trabalhar, para manter a minha familia.”3
De facto, o contributo de Santos Pinto para a música teatral limita-se a duas áreas: bailados (no sentido lato), sobretudo para o Teatro de São Carlos, e música cénica, inicialmente para o Teatro da Rua dos Condes, mas a partir da sua inauguração (em 1845), destinada principalmente ao Teatro de Dona Maria II, onde foi o primeiro a ocupar o cargo de director musical.4 Estas duas facetas da sua actividade devem ser consideradas em paralelo. Segundo o compositor,
“Em 1838 appareceu pela primeira vez em publico uma produção minha, que foi a musica para o baile – A Adoração do Sol – que subiu á scena no Real Theatro de S. Carlos; e tive a satisfação de ver coroados os meus trabalhos com a geral aprovação do publico.”5
A partir deste momento encontra-se evidência da sua actividade teatral em ambas as suas vertentes.
Não sendo possível num artigo desta natureza desenvolver um estudo abrangente e aprofundado, o presente estudo limita-se necessariamente a uma recolha de conhecimentos e informações mais facilmente acessíveis. Assim sendo, o seu objectivo é chamar a atenção para certas fontes e expor algumas das dificuldades que lhes são inerentes, e sobretudo disponibilizar primeiras propostas de cronologia (apêndices 1 – bailados, e 2 – música cénica), assim como uma selecção de informações, avisos, notícias e recensões que nos permitam entender algumas práticas e avaliar a recepção de certas obras.
Os Bailados
Neste texto usa-se o termo “bailado” de forma genérica para significar obras teatrais constituídas por uma sequência de músicas coreografadas. Na época, contudo, era habitual limitar esta designação a composições de mais reduzidas dimensões, sobretudo quando inseridas numa peça declamada. Pelo contrário, os termos “baile” e “bailete” diziam respeito a obras independentes, o primeiro mais extenso e “sério”, equivalente na dança ao “drama” do teatro declamado, enquanto o último designava uma obra mais leve e mais curta, equivalente à “comédia” ou “farsa” (farça, na ortografia da época).
Tomando como ponto de partida a lista de bailados fornecida por Vieira, encarregou-se de verificar os dados através de uma combinação de fontes primárias, sobretudo as partituras e os libretos conservados na Biblioteca Nacional de Portugal, e fontes secundárias, principalmente dois livros: O Real Theatro de S. Carlos, de Fonseca Benevides, e a História da Dança em Portugal, de José Sasportes7. Um problema que surge frequentemente com todas estas fontes é a falta de referência ao autor da música. Isso deve-se, por um lado, ao reduzido prestígio de que gozava a música destinada aos bailados, e, relacionado com isso, à prática de usar músicas já existentes em novos arranjos e não apenas música composta expressamente. Terá havido, com certeza, outros bailados, não incluídos nas referências de que dispomos, onde o papel de Santos Pinto foi apenas o de arranjador, ou para os quais compôs pouca música, não merecendo, assim, qualquer atribuição, na perspectiva da época8. Em especial, os solos e passos de dois ou três (pas-de-deux ou pas-de-trois) eram frequentemente de um coreógrafo e compositor diferentes do resto do bailado, sendo provável que Santos Pinto tivesse contribuído com música para alguns destes, sem ter recebido, porém, qualquer reconhecimento deste facto9.
Se tomarmos a título de exemplo o baile em três actos A Aldeana polaca, dançado no Teatro de S. Carlos, em 1845, o libreto, na página de rosto, refere o coreógrafo, Mr. Carey, e, na página de elenco, consta a lista dos actuantes com os respectivos papéis, assim como os intervenientes nos passos (pas-de-deux neste caso), todos “compostos”, ou seja, coreografados, por Mr. Carey. Contudo, em nenhum lugar é mencionado o autor ou arranjador da música. A esta data seria perfeitamente possível que tivesse havido um envolvimento da parte de Santos Pinto, mas a fonte não permite saber se houve de facto.
Neste sentido, uma ajuda preciosa na corroboração de atribuições, por vezes ausentes dos respectivos libretos, são duas fontes oriundas do próprio compositor – em primeiro lugar, uma lista autógrafa das suas obras até 184210, e, em segundo lugar, a carta autobiográfica de Santos Pinto, já referida, pois embora o compositor não entre em detalhes sobre a sua produção, foi acrescentada uma extensa nota editorial precisamente com esta informação, em relação a vários aspectos das composições teatrais:
“O que o illustre compositor não quis fazer, por modestia certamente, temos nós a satisfação de estarmos habilitados a poder fazer, preenchendo assim esta lacuna na interessante noticia de tam brilhante carreira artistica.
Além de muitas danças instrumentadas pelo Sr. Pinto, para o Theatro de S. Carlos, são originalmente suas as musicas das danças do mesmo teatro: Adoração do Sol, Coroa de Ariadne, O Lago das Fadas, O Annel, Os Cuscos e os Quitos, Narciso á fonte, Telemaco na Ilha de Calipso, As Modistas, Emeth, Palmyra [sic], Branca Flor, a do primeiro acto da Dança Nabucco, e differentes bailados e pas-de-deux.
Para o Theatro de D. Maria II, tem escripto a musica dos bailes: O Boleto, O Hymineu de Tedide e Cloe; a dos bailados do Alcaide de Faro, Templo de Salomão, Conde de Sancta Helena, Extrangeirado, Mineiro de Cascaes etc. e a do canto das mesmas peças, e d’outras muitas: Degolação dos Innocentes¸ Rainha e Aventureira, Carlos ou a Familia do Avarento, Alfageme de Santarem, Baille de Criado, Tres Cidras do Amor, Diabo-a-quatro, Amores d’um fidalgo; innumeraveis coros para outras peças, a Ode-symphonia A manhan de um bello dia, e ultimamente a engraçada opera-comica A Casa-mysteriosa. […]”11
Especialmente importante nesta nota é a referência aos bailados encenados no Teatro de D. Maria II, que, em vários casos, para além de integrarem originalmente peças declamadas, chegaram a ser dançados subsequentemente, fora do contexto original, como momentos independentes. Por exemplo, segundo os respectivos anúncios no jornal O Estandarte, no ano de 1850, o bailado do 5.º acto do Conde de Santa Helena integrou o programa dos dias 10 e 27 de Agosto e o bailado tirolês do 6.º quadro deste drama no dia 16 desse mês. Em Outubro do mesmo ano, voltou o bailado do 5.º acto do Conde de Santa Helena, no dia 10, e o bailado do Mineiro de Cascais, no dia 12. Nestes dias, as peças declamadas principais eram sempre outras.
Da mesma forma que muitos libretos carecem de atribuição da música, nas raras notícias e recensões sobre os bailados nos jornais e revistas o foco de interesse é a dança e não a música. Por exemplo, sobre O himeneu de Tedida [Tetide] e Cloé, o bailete fantástico num acto, com coreografia de Ciriaco Marsigliani, estreado no Teatro de D. Maria II a 16 de Setembro de 1850, a revista O Espectador expõe o enredo, seguido de uma breve avaliação:
“O pastor Cloé enamorado de Tedida, uma das nymphas de Venus, consegue do Hymineu e do Amor, que lhe favoreçam a sua paixão, contra os desdéns da sua amada, que não curava senão de danças. E Tedida afinal, ferida por uma flecha do Amor, entrega-se ao seu amante, cuja união Hymineu consagra; e Venus transforma em Genio o feliz Cloé.
Esta acção singelíssima está bem conduzida, e o bailado com que remata é vistoso e engraçado. A Sr.ª E. Marsigliani desempenha a parte de Tedida com mimo, e dança com bastante bravura, executando passos bem difficeis com muita facilidade e acabamento.
O publico tem aplaudido este pequeno divertissement, que considerâmos no caso de merecer este bom acolhimento.”12
Menos favorável é a avaliação da Revista dos Espectaculos:
“O bailete – Tedida e Cloé – é uma d’aquellas semsaborias fantasticas, que servem de pretexto para se fazer a exhibição em scena d’alguns corifêos e corifêas da 4.ª secção. N’este bailete a sr.ª Gesualdi faz de Venus. O amor é anonymo.
Consta-nos que o estafado corpo de baile do teatro de D. Maria 2.ª deseja ser escripturado para S. Carlos. A empresa sabe perfeitamente que o teatro lyrico não é asylo d’invalidos, em que se recolham estropeadas sylphides. É de esperar que uma recusa formal seja a resposta dos empresarios ás propostas de um corpo de baile, que está evidentemente incapaz de todo o serviço.”13
Independentemente da avaliação dos críticos, é partilhada a falta de qualquer referência à música ou a Santos Pinto como seu autor. De facto, para chegar a alguma conclusão sobre a música dos bailados, a melhor maneira é ler as próprias partituras.
Na Biblioteca Nacional de Portugal conservam-se as partituras autógrafas de, por um lado, O Anel encantado (1841, com o título L’Annello) e um excerto de A Coroa de Ariadne (1840), e, por outro, o manuscrito C. N. 2, uma fonte algo confusa, por se juntar num único volume Narciso à fonte (1841), A Coroa de Ariadne (1841), o 2.º acto de Os Cuscos e Quitos (1842), uma secção erradamente identificada a lápis como O Anel (de facto, é constituída por um prelúdio sem título, e os 5.º e 6.º actos de uma obra não identificada) e, por último, O Diabo amoroso (1844, com o título Le Diable amoureux). Como se pode verificar por estas partituras, é frequente a existência de duas formas do título: em português, mas adicionalmente em italiano ou francês. Depositadas na Biblioteca Nacional, no Fundo Teatro de São Carlos, encontram-se igualmente, em manuscrito, partes cavas e/ou “folhetos” (uma espécie de redução ou short score) de duas dezenas de bailados atribuídos ou atribuíveis a Santos Pinto. Por outro lado, as partituras autógrafas dos bailados de O Alcaide de Faro, O Conde de Santa Helena e O Templo de Salomão encontram-se na Colecção do Teatro Nacional D. Maria II, integradas na música cénica destas peças. É a análise de tais fontes que permitirá futuramente um entendimento mais pleno desta música.14
Por último, no que diz respeito aos bailados, deve-se fazer referência à sua disseminação no estrangeiro. Il Naufragio (ballo di mezzo carattere em 3 actos), com coreografia de Bernardo Vestris e música de Santos Pinto, foi encenado em Milão, no Teatro alla Canobbiana, na Primavera de 1844.15 É provável que se trate da reposição de um baile composto e encenado em Lisboa, do qual, contudo, não foi encontrada referência em relação ao Teatro de S. Carlos.16 O baile mágico-fantástico Palmina (1845) chegou a ter uma encenação no Scala de Milão, na temporada de Carnaval de 1852/53. Por outro lado, o baile A Ilha dos amores (1858) teve um sucesso notável nos teatros italianos, começando no Scala de Milão, no Outono de 1861, com reposições no Apollo de Roma (Carnaval de 1862/63), no San Carlo de Nápoles (Inverno de 1863), no Regio de Turim (Carnaval de 1865/66), no Accademici Immobili de Florença (Quaresma de 1866), no Canobbiana de Milão (Primavera de 1866), no Bellini de Palermo (temporada de 1867/68), no Rossini de Florença (Outono de 1869) e, por último, no Fenice de Veneza (Carnaval e Quaresma de 1870/71). Nos libretos de todas estas encenações, a coreografia é atribuída a Monplaisir (que terá dirigido o corpo de bailarinos) e a música a Santos Pinto. Outro coreógrafo que terá levado a música de Santos Pinto para o estrangeiro foi Francisco Jorck, que passou vários anos no Brasil, a seguir à sua primeira estada em Portugal (1840-42).
A música cénica
Algumas das dificuldades que subsistem em relação aos bailados também se aplicam à música cénica. Nas peças declamadas, o foco de atenção, nos anúncios, notícias e recensões, costuma recair sobretudo no enredo (e daí no dramaturgo), nos actores e nos cenários (especialmente aqueles criados e pintados pela célebre parceria Achille Rambois e Giuseppe Cinatti). É principalmente sobre estes aspectos, para além de questões políticas e financeiras, que escreve também Gustavo de Matos Sequeira na sua monumental Historia do Teatro Nacional D. Maria II.17 De facto, o uso da música variava consideravelmente nas peças encenadas, entre apenas um ou dois números (tipicamente canções, breves coros ou interlúdios orquestrais) e um papel central, como veremos adiante. No entanto, diversamente aos bailados, o elevado número de partituras autógrafas conservadas (na Biblioteca Nacional de Portugal e no Teatro Nacional D. Maria II), para além das listas de obras (a autógrafa de 1842 e a já citada nota editorial à carta autobiográfica) e outras fontes de diversos géneros, permitem estabelecer com maior certeza as peças para as quais Santos Pinto colaborou com a música.
As peças declamadas, quer no Teatro da Rua dos Condes (1840-1845), quer no Teatro de D. Maria II (1845-58) podem ser divididas essencialmente em dramas (históricos ou bíblicos), por um lado, e comédias (incluindo mágicas e paródias), por outro. Por uma questão de conveniência, abordam-se estes géneros por esta mesma ordem.
Uma das questões que surgem inevitavelmente numa instituição que se dedica ao teatro declamado é a competência musical dos actores e comparsas que, regra geral, tinham pouca ou nenhuma formação nesta área. Por exemplo, na estreia do drama histórico O Alfageme de Santarém ou A espada do Condestável, de Almeida Garrett, que se realizou no Teatro da Rua dos Condes, em 1842, houve um problema deste género:
“Muito nos pena que os máos fados, que teem avexado esta peça, ainda a persigam. Foi obrigado o auctor na recita de hoje a mandar cortar o principio do 5.º acto, que é tão caracteristico dos nossos costumes do campo; por que entregaram a execução da parte cantada a artistas, que não podem desempenha-la, tendo com tudo a empresa muitas cantoras, que o podiam fazer, e bem.”18
A canção em questão terá sido a toada popular Estava a bela infanta, com intervenções das personagens Joana e Serafina, para além de um coro. Infelizmente, perdeu-se a música original desta peça, à excepção da parte de viola do coro no acto IV, cena 1.19
Pelo contrário, foi conservada, na Colecção do Teatro Nacional D. Maria II, a partitura autógrafa de O Alcaide de Faro, do dramaturgo Joaquim da Costa Cascais, estreada neste Teatro, a 31 de Julho de 1848. A publicidade emitida no jornal O Estandarte nesse mesmo dia refere vários aspectos de interesse:
THEATRO DE D. MARIA II
Segunda feira 31 de Julho, anniversario do Juramento da
CARTA CONSTITUCIONAL, e natalicio de S. M. IMPERIAL
A SENHORA DUQUEZA DE BRAGANÇA,
a 1.ª representação do drama original portuguez de grande espectaculo em 5 actos
O ALCAIDE DE FARO.
Adornado de musica e dança.
Além da cavallaria, banda marcial e comparsaria, tem tres scenas novas pintadas debaixo da direcção dos srs. Rambois & Cinati. A mise en scène é do sr. Epifanio, a musica do sr. Pinto, os bailados do sr. Marsigliani, os adereços do sr. Andrade. Os trajos e adereço são desenho do sr. Rosa, extrahido de quando se pôde colher de mais exacto.
No 1.º acto: bailado e sólo em caracter camponez. N.º 4.º dito, sólo e bailados com córos em caracter mourisco. O corpo de baile é todo composto de artistas do real teatro de S. Carlos.
O dia 31 de Julho, aniversário de “S. M. Imperial a Senhora Duqueza de Bragança” (D. Maria Amélia, viúva de D. Pedro IV), era celebrado anualmente nos teatros como evento de importância dinástica, tendo calhado nele (não por acaso) vários dos espectáculos principais para os quais Santos Pinto contribuiu com a música, tais como O Tributo das cem donzelas (1845), O Templo de Salomão (1849), O Conde de Santa Helena (1850) e A Profecia ou a queda de Jerusalém (1852). A importância da música e da dança neste drama sobressai no anúncio através da caracterização “Adornado de musica e dança”, a referência à “banda marcial”, a atribuição da música ao “sr. Pinto” e da coreografia dos bailados ao “sr. Marsigliani”, para além dos detalhes do último parágrafo, incluindo a menção prestigiante do corpo de baile como sendo do Teatro de S. Carlos. Curiosamente, não consta o nome do dramaturgo.
A partitura revela, de facto, a riqueza musical referida – o uso de marchas, coros e bailados – mas também números com a intervenção de actores e actrizes individuais, tais como o romance de Zulmira, do 3.º acto, com o seu acompanhamento invulgar de apenas um violino e uma violeta. Chegou a ser editado, também em 1848, como suplemento do periódico Jardim das Damas20, com acompanhamento de piano.
Esta revista publicou igualmente um excerto (o “Hino dos desposórios”) do drama bíblico O templo de Salomão (1849)21, um de dois dramas com música de Santos Pinto que chegaram à lista de Matos Sequeira de “Obras teatrais com mais de cinquenta representações” no D. Maria.22 Segundo este autor, O templo de Salomão atingiu 65 récitas e A profecia ou a queda de Jerusalém 69, mais do que qualquer outra peça com a sua música. É de salientar que eram ambos dramas bíblicos – um género bastante apreciado – e, como já se constatou, foram ambos estreados em aniversários de Sua Majestade Imperial a Senhora Duquesa de Bragança, D. Maria Amélia. Musicalmente a abordagem e estrutura musical é semelhante àquela dos dramas históricos: uma mistura de marchas, coros, números para actores individuais (sozinhos ou em conjuntos de vários tipos) e bailados. Também deste género são A degolação dos inocentes (Condes, 1841), O tributo das cem donzelas (Condes, 1845), João Baptista ou o Coração de ouro (D. Maria II, 1848), O filho prodigo (D. Maria II, 1857) e a última peça para a qual, segundo Vieira, Santos Pinto contribuiu com música: Os mártires da Germânia, estreada no Teatro das Variedades, em 1859.
Passando às comédias, em alguns casos possuíam pouca música e nem necessariamente original. Por exemplo, a comédie-vaudeville O Cavalheiro d’Essone (1850), traduzida do francês de Charles Dupeuty e Anicet Bourgeois, na versão portuguesa tinha apenas três números musicais, avaliados muito positivamente por O Espectador:
“[…] O romance que esta menina [Maria da Gloria, no papel de Regaillete] canta no final do 1.º acto, é o mesmo da peça franceza, mui sensatamente instrumentado pelo sr. Pinto: e a musica do final, toda composição do sr. Pinto, é muito apropriada e escripta no mesmo gosto francez, deixando perceber a letra das coplas com toda a clareza.”23
Bastante mais extensa é a música das mágicas – um género luso-brasileiro que reunia textos às vezes satíricos, cenários fantásticos, efeitos especiais, música e dança, para entreter toda a família, desde as crianças até aos idosos – encenadas sobretudo nos dias logo antes do Carnaval. Exemplos são O Diabo a quatro24 (1848), As três Cidras do amor (1849) e A Fada de Frith (1851).
Contudo, foi nas paródias que a música chegou a ter um papel preponderante, quer nos números cujo objecto de paródia é uma música já existente, quer nas músicas originais. Uma notícia na Revista dos Espectáculos referente à comédia O teatro e seus mistérios (1853) não deixa qualquer dúvida a este respeito, nem à mestria com que Santos Pinto adequava a sua música à situação:
“A Comedia em 3 actos – O Theatro e seus mysterios, é uma das cento e noventa e nove variações escriptas sobre os themas – Pae de uma actriz – Ensaio de uma opera seria, etc. Não ha duvida porém, que apresenta alguns lances engraçados, e que tem o merecimento de fazer o publico rir pela fidelidade com que alli estão reproduzidos alguns caracteres contemporâneos, e por a maneira por que outros alli se acham parodiados. […] As peças de musica em parodia, que ornam a comedia, foram bem escolhidas e abonam o bom gosto do sr. Santos Pinto; as outras peças originaes, escriptas pelo dito professor, são muito apropriadas ao assumpto […].”25
Inevitavelmente, deve-se perguntar se não terá sido Santos Pinto o responsável também pela música de O Dr. Sovina, uma velha peça de Manuel Rodrigues Maia, estreada numa nova versão no D. Maria a 16 de Setembro de 1851, no contexto de uma noite de gala para celebrar o aniversário de Sua Alteza o Príncipe Real (o futuro D. Pedro V). Segundo o anúncio em O Estandarte, no dia do espectáculo, iria ser “A 1.ª representação n’este teatro da farça portugueza, O Dr. Sovina; novamente ampliada, e ornada de peças de musica, em parodia, tirada das melhores operas.” Dificilmente terá sido outro compositor, mas não é explicitado o autor/arranjador da música, nem no anúncio, nem nas partes cavas que se conservam desta produção.26
É A Casa mysteriosa, comédia em 3 actos, que mais do que qualquer outra peça declamada nos oferece um vislumbre de Francisco Santos Pinto no seu melhor. Do programa da estreia de O que convém para fortuna das mulheres, com o qual A casa misteriosa fez duplo cartaz, toma-se conhecimento do facto de esta possuir um elemento significativo de paródia. Numa listagem dos seus 19 números lê-se que incluía paródias de um dueto de Norma (de Bellini), de uma ária de Belisario (de Donizetti) e de dois coros de Macbeth (de Verdi), para além de outras paródias sem identificação em forma de dueto e de coro final, este último precedido por um “tercettino caricato”. Intercalados com estes são números “convencionais”, incluindo um romance, uma ária, uma canção militar francesa, duetos, tercetos e conjuntos maiores. O facto de esta comédia chegar a ter 47 récitas, como já se referiu, atesta a sua popularidade. Contudo, nada explica melhor a causa deste sucesso do que a recensão insolitamente desenvolvida que apareceu em O Espectador. Devido ao seu interesse excepcional, especialmente na questão da adequação do texto à música e da música às vozes disponíveis, transcreve-se integralmente a secção pertinente:
“A Caza-mysteriosa não tem menos de dezenove peças de musica, sem contar symphonia e entre-actos: é um alluvião musical que desce do palco sobre os espectadores. E elles deixam-se afogar gostosos por estas ondas d’harmonia, batendo as palmas e gritando bravo! ao author do diluvio musical que os submerge.
E o author merece-o bem: toda esta musica é um ramalhete de flores, espargidas a larga copia pelos duetos, tercetos, quartetos, e finaes de todos os actos. Nota-se n’esta musica singela, ligeira e bonita, certo cunho, e propriedade nos differentes lances que characterizam a obra d’um mestre. O dueto de Lazaro e Agostinho, no 1.º acto, o quarteto e setteminio d’este mesmo acto, e a aria de Simão no 2.º acto, são principalmente as peças onde mais se nota o bom-gosto d’esta musica escripta no sabor d’algumas canções nacionais.
A instrumentação é outra parte notavel; porque com ser ricca e cheia, está tão bem distribuida, e o rythmo musical tão excellentemente travado com o poetico, que a lettra percebe-se inteira, distinguindo-se as palavras syllaba por syllaba; e isto sendo os executores totalmente inscientes na arte musical! Quando esta composição não tivesse tantas outras qualidades porque se distingue, bastaria esta para poder servir de modelo ás outras composições da mesma natureza.
As parodias engastadas na musica original são divertidas, e muito bem aproveitadas em situações oportunas. Tem produzido, sobre todas, o maior efeito a canção franceza, conhecida pela do drim, drim, que o nosso publico já estava costumado a ouvir pelas ruas aos realejos; e cuja execução os variados gracejos do Sr. Theodorico, tem acrescentado um novo motivo para promover applausos.
A musica é do Sr. F. A. N. dos Sanctos Pinto, o mais fecundo dos nossos compositores, e que tendo ja provado o seu talento musical em todos os géneros, abrilhantou ainda a sua coroa artistica com um novo florão, n’este ensaio do musica teatral, para a qual provou com elle uma decidida vocação.
A execução, attendendo á circunstancia que acima notamos, que os cantores, á excepção da Sra. Radicce, são inscientes em musica, não podia ser melhor; distinguindo-se principalmente o Sr. Ribeiro (Lazaro), que debutou n’esta peça, com uma voz de tenor e uma certa maneira de canto, que lhe tem captado muita sympathia. Cinco peças de musica foram bisadas! e em todos os trez finaes foi a companhia chamada ao proscénio, e no ultimo singularmente o illustre compositor, honra que lhe tem sido repetida. Sucesso imenso, extraordinário, de que entre nós não ha exemplo. […]
O Sr. Theodorico, é divertidissimo no papel do mercieiro Thiago. A Sra. Barbara, d’um caricato delicioso parodiando o dueto da Norma. A Sra. Delphina, natural como sempre, desempenha excellentemente o seu papel. O Sr. Carvalho, e todos os mais actores, agrupam-se muito bem á roda d’estas trez principaes figuras, e formam um quadro digno dos pinceis d’Hogarth.” 28
Em 1854, foi Santos Pinto nomeado professor de instrumentos de latão no Real Conservatório e, em 1857, maestro director do Teatro de São Carlos. Embora tenha continuado a compor bailados e música cénica nos últimos anos da década de 1850, a sua produção reduz-se necessariamente, sem, contudo, reduzir o frenesim com que continuou a trabalhar. Segundo Ernesto Vieira, foi a perda de duas das suas filhas nestes anos, para cuja manutenção tanto trabalhara, assim como o excesso de trabalho em si, que o levaram a falecer em 1860, com apenas 45 anos de idade.29
Os apêndices
Nos apêndices que se seguem procura-se apresentar uma cronologia fiável para os bailados e teatro declamado para os quais Francisco Santos Pinto forneceu a música. Tanto quanto possível, cada entrada inclui a data de estreia, teatro, título, género, número de actos, coreógrafo/autor do texto e, nas observações, as fontes musicais disponíveis (com a cota na respectiva biblioteca) e, para os bailados, os libretos (e onde se dispõem). Neste último caso, muitas vezes acrescentou-se o elenco, como consta no libreto editado. Quanto ao teatro declamado, foi indicado o número de récitas das peças, conforme registado em Ana Clara Santos & Ana Isabel Vasconcelos, Repertório teatral na Lisboa oitocentista (1835-1846), Lisboa: Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2007, para o Teatro da Rua dos Condes, ou Matos Sequeira (op. cit.), para o Teatro de D. Maria II.
Em alguns casos as datas das estreias foram encontradas/confirmadas em jornais da época, mas a maioria das vezes provêm de fontes secundárias: para os bailados – de Ernesto Vieira (op. cit.), cuja informação corrobora geralmente os dados de Fonseca Benevides (op. cit.); para o Teatro da Rua dos Condes – de Santos & Vasconcelos, que acabámos de referir; para o Teatro de D. Maria II – dos registos do próprio Teatro.
Num número reduzido de casos foram encontradas online informações sobre bailados, através do sítio Almanacco di Gerardo Casaglia: la musica giorno dopo giorno30. A natureza dos dados aí apresentados dá a impressão de ter origem num libreto que não se dispõe na Biblioteca Nacional de Portugal.
Onde existe informação contraditória ou eventualmente duvidosa, foi acrescentada a fonte (numa abreviatura) entre chavetas {}.
Por uma questão de harmonização, a ortografia nos apêndices foi actualizada. Nos elencos, tanto quanto possível, os nomes dos intervenientes foram escritos conforme a ortografia do país de origem, mesmo que surjam nas versões portuguesas no respectivo libreto.
Abreviaturas dos teatros referidos
TCondes Teatro da Rua dos Condes
TDMII Teatro de D. Maria II (designação habitual da época)
TNDM II Teatro Nacional D. Maria II (designação actual)
TSC Teatro de São Carlos (designação habitual da época)
Salitre Teatro do Salitre
Variedades Teatro das Variedades
Outras abreviaturas e siglas
Alm Almanacco
BNP Biblioteca Nacional de Portugal
EV Ernesto Vieira
FFB Francisco da Fonseca Benevides
LA Consta da lista autógrafa das obras de Santos Pinto elaborada em 1842
Libr. Libreto
MS. manuscrito
p.a. partitura autógrafa
p.c. partes cavas
VCini Veneza, Fundazione Giorgio Cini, Colecção Rolandi
Notas
1 Isabel Maria Dias Novais Gonçalves, A Música teatral na Lisboa de Oitocentos: uma abordagem através da obra de Joaquim Casimiro Júnior (1808-1862). Tese de doutoramento em Ciências Musicais, Universidade Nova de Lisboa, 2012.
2 Ernesto Vieira, Diccionario Biographico de Musicos Portuguezes, Lisboa: Lambertini, 1900, vol. II, pp. 173-184.
3 O Espectador: Jornal dos Theatros e das Philharmonicas, série II, n.º 20, 19 de Janeiro de 1851, pp. 153-55 (esta citação, p. 154). Esta e outras citações preservam a ortografia original.
4 A inauguração realizou-se a 25/10/1845. Nesta ocasião Santos Pinto forneceu música para a ode-cantata A manhã de um belo dia, com texto de José da Silva Mendes Leal. Contudo, o Teatro só entrou efectivamente em funcionamento no ano seguinte.
5 Idem, ibidem.
6 Agradecemos ao Teatro Nacional Nacional D. Maria II a cedência desta imagem, reproduzida aqui com a devida autorização.
7 Francisco da Fonseca Benevides, O Real Theatro de S. Carlos de Lisboa, 2 vols., Lisboa: Typographia Castro Irmão, 1883, 1902; José Sasportes, História da Dança em Portugal, Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1970.
8 Era especialmente o caso nos bailados coreografados por St. Léon, que tocava violino (incluindo nos seus bailados) e muitas vezes compunha a música, deixando a Santos Pinto apenas a tarefa da orquestração.
9 Por exemplo, o periódico Jardim das Damas publicou, num suplemento, um arranjo para piano da dança avulsa “Passo hungaro dançado por M.elle Moreno na noite do seu beneficio” de Santos Pinto (Lisboa: Off. L. C. Barão, [1848]), Biblioteca Nacional de Portugal, M.P.P. 34//25 A.
10 Actualmente na posse da Senhora Prof.ª Elisa Lamas. Agradecemos a Rui Magno Pinto por me ter chamado a atenção para o conteúdo deste documento.
11 O Espectador, loc. cit., p. 154.
12 O Espectador, série II, n.º 4, 22 de Setembro de 1850, p. 28
13 Revista dos Espectaculos, N.º 9, 1 de Novembro de 1850, p. 65.
14 Excertos de Narciso à fonte foram executados pela Orquestra Sinfonia B, sob a direcção de César Viana (responsável pela edição usada), no IV Festival Internacional de Música de Mafra, a 5 de Novembro de 2000.
15 Para esta encenação, assim como para outras encenações italianas referidas neste parágrafo, veja-se o respectivo libreto. As bibliotecas onde se encontram são facilmente verificáveis através do catálogo colectivo das bibliotecas italianas: http://www.sbn.it/opacsbn/opac/iccu/free.jsp (última consulta a 10 de Abril de 2016).
16 Segundo Ernesto Vieira, chegou a ser interpretado igualmente em São Petersburgo.
17 Edição em 2 vols., Lisboa: s.n., 1955.
18 Revolução de Setembro, 11 de Março de 1842.
19 Uma folha única, TNDMII M O.10, reproduzida em David Cranmer, Música no D. Maria II: Catálogo da colecção de partituras, Lisboa: Teatro Nacional D. Maria II/Bicho-de-Mato, 2015, p. 193.
20 Lisboa: Off. L. C. Barão, 1848 (disponível na Biblioteca Nacional de Portugal, M.P.P. 34//9 A). Infelizmente, não nos foi possível consultar o periódico em si, devido ao seu mau estado de conservação. No entanto, como resultado do nosso pedido de consulta, foi enviado para futura digitalização. Também se encontra na BNP uma cópia manuscrita do romance, M.M. 676.
21 Lisboa: Off. L. C. Barão, 1849 (disponível na BNP, M.P.P. 34//19 A).
22 Op. cit., vol. II, pp. 785-86. De comédias, Um baile de criados e A casa misteriosa foram as mais populares, ambas com 47 récitas – muito próximos das 50.
23 O Espectador, série II, n.º 10, 3 de Novembro de 1850, p. 75. A recensão na Revista dos Espectaculos, n.º 109, 1 de Dezembro de 1850, pp. 73-74, não refere a música.
24 Uma nova versão de Adolphe de Leuven, Léon-Levy Brunswick & Paul Siraudin, traduzida por José Maria da Silva Leal, que toma como ponto de partida a ballad opera The devil to pay, de Charles Coffey, através da versão francesa Le diable à quatre de Sedaine. Le donne cambiate/As damas trocadas/O sapateiro, de Marcos Portugal, partilha o mesmo enredo.
25 Revista dos Espectaculos, vol. II. N.º 1, Fevereiro [1853], p. 5.
26 Teatro Nacional D. Maria II, Colecção de Partituras, M AF.01.
27 Agradecemos ao Teatro Nacional Nacional D. Maria II a cedência desta imagem, reproduzida aqui com a devida autorização.
28 Série II, n.º 16, 22 de Dezembro de 1850, p. 124.
29 Op. cit., vol. II, pp. 177-78.
30 <http://www.amadeusonline.net/almanacco > (última consulta a 16 de Março de 2016).
Apêndice 1: Cronologia de bailados
Data | Teatro | Título e género | Coreógrafo | Elenco | Observações |
19/10/1838 | TSC | Adoração do sol (baile) | Bernard Vestris | – | LA; referida na carta autobiográfica; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c. |
29/03/1839 | TSC | Erkoff ou O boiardo em Madrid (acção mímica em 5 actos e 6 cenas) | Luigi Astolfi | Nicola Molinari (Erkoff)
Antonio Giuliani (D. Alvaro) Giuditta Molinari (Branca) J. M. Carnarin (Affonso) Isabella Rugalli (Alisa) Carolina Velluti Scassa (D. Constança) Antonio Franchi (D. Rodrigo) Giuseppina Erba (Ursula) Giuseppe Pessina (Official da Inquisição) Victorino José de Sousa (Carceireiro) |
LA; música do acto I de Giorgio Anglois; dos actos II e III de autor desconhecido; dos actos IV e V de Santos Pinto. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c. de trombones, figle, bombo e cordas: Libr. Lisboa: Typ. Lisbonense, 1839 – BNP, VCini |
31/05/1839 | TSC | Nabucodonosor (baile trágico em 6 actos) | Passo de Mlle. Clara [Lagoutine] – Mr. Jorck; Pas de 2 do 4.º acto de Mlle. Angelique e Mr. Jorck, composição deste
|
Antonio Giuliani (Nabuchodonosor)
Carolina Velluti Scassa (Phenenna) José Maria da Conceição (Ismael) Giuseppe Pessina (Zacharias) Antonio Franchi (O Grão Sacerdote) Ciriaco Marsigliani (Manasse) Victorino José de Souza (Chefe dos Levitas) Giuseppina Erba (Noemis) Orsola Catti (Abigail) |
LA; segundo LA, música do acto I e do bailado do acto II de Santos Pinto; o libreto só refere o acto I como sendo da sua autoria, atribuindo o resto a Giorgio Anglois. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c.; Libr. Lisboa: Typografia Lisbonense, 1839 – BNP (2 exemplares) |
24/04/1840 | TSC | Orfeo (Baile mitológico em 3 partes) | João Casati | João Casati (Orfeo)
M.elle Rabel (Euridice) José Pessina (Plutão) Carolina Velluti Scassa (Proserpina) Maria da Gloria (Amor) Ciriaco Marsigliani (O Destino) [N. N.] (Baccho, Caron, As três Parcas, As Doze Horas, As três Graças, Jupiter) |
LA (“parte”); autor da música não referido no libreto. Libr. Lisboa: Lisboa: Typografia Lisbonense, 1840 – BNP |
30/05/1840 | TSC | A queda de Ipsara (baile heróico em 6 partes) | Luigi Astolfi | Nicola Molinari (Miguel Kusaris)
Giuditta Molinari (Aleonice) Josefina Soller (André) Antonio Franchi (Panos) Giuseppe Pessina (O Bacha) Carolina Casati (Ismene) Victorino José de Souza (Assan) Ciriaco Marsigliani (Kienam) José Maria da Conceição (Zanack) |
Não referida na LA; segundo o libreto, a música foi “expressamente escripta pelo Sr. Francisco Antonio Norberto dos Santo [sic] Pinto.” Libr. Lisboa: Typographia Lisbonense, 1840 – BNP (2 exemplares) |
24/06/1840 | TSC | O alfinete (Divertissement em 1 acto) | João Casati | Antonio Franchi (Eustáquio)
Victorino José de Sousa (Alberto Wells) João Casati (Frederico) Maria Emilia Moreno (Alice Stonley) Carolina Devecchi (Marion Wamba) Giuseppina Erba (Elissa) N. N. (Um notaro) |
LA (“parte”); autor da música não referido no libreto. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 1840; Libr. Lisboa: Typographia de M. J. Coelho, 1840 |
15/11/1840 | TSC | Dionísio o tirano ou O terremoto de Siracusa (baile heróico-histórico em 5 actos) | Luigi Montani | Nicola Molinari (Dionisio, Rei)
José Maria da Conceição (Dionisio, filho) Giuseppe Pessina (Dione) Giuditta Molinari (Areta) Victorino José de Souza (Adrasto) Júlia Gesualdi (Eritea) António Romão (Mesippo) Ciriaco Marsigliani (Damove) Antonio Franchi (Sacerdote) |
LA; autor da música não referido no libreto. Libr. Lisboa: Typographia Lisbonense, 1840 – BNP
|
6/12/1840 | TSC | A Coroa de Ariadne (bailete mitológico 2) | Francisco Jorck | Ballerine: Angélique Adock, Orsola Catti, Michelina Devecchi, Clara Lagoutine, Giuditta Molinari, Maria Emilia Moreno, Fanny Rabel, Isabella Rugalli, Josefina Soller e Carolina Augusta Velluti Scassa; ballerini: Francisco Jorck, Théodore Chion, José Maria Conceição, Nicola Molinari, Gaetano Neri, Victorino José de Sousa, Antonio Franchi e Luigi Fidanza | LA; BNP p.a. C. N. 2 & p.a. M.M. 344//6, que fornece a data da estreia; elenco {Alm} |
6/01/1841 | TSC | Telémaco na ilha de Calipso (bailete mitológico em 3 quadros) | Francisco Jorck
|
Júlia Gesualdi (Calypso)
Gaetano Neri (Telemaco) Giuseppe De’Steffani (Minerva) Carolina Devecchi (Eucharis) Maria Josefa (Venus) Adelaide Ju[s]tina (Cupido) |
LA (“parte”); autor da música não referido no libreto. Libr. Lisboa: Typographia do Gratis, [1841] – BNP |
12/04/1841 | TSC | O Anel encantado (bailado 3) | Francisco Jorck | Ballerine: Orsola Catti, Carolina Devecchi, Michelina Devecchi, Carolina Filippini, Maria Josefa Gambetta, Júlia Gesualdi, Giuditta Molinari, Maria Emilia Moreno, Francesca Farina Rega, Giuditta Rugalli, Isabella Rugalli e Josefa Soller; ballerini: Gaetano Neri, Francisco Jorch, Antonio Franchi, Ciriaco Marsigliani, Romão António Martins, Giuseppe Pessina, Victorino José de Sousa, Giuseppe Villa; e mimo: Giuseppe Devecchi | LA; BNP com o título “L’anello” p.a. F.C.R. 164//16, (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 1840; elenco {Alm} |
10/07/1841 | TSC | A Força do destino (Baile mitológico em 4 actos) | Francisco Jorck | Nicola Molinari (Emo)
Giuditta Molinari (Rodopea) Giuseppe Devecchi (O Destino) N. N. (Génio do bem) José Pessina (Um sacerdote) |
LA; autor da música não referido no libreto. Libr. Lisboa: Typographia do Gratis, 1841 – BNP |
3/11/1841 | TSC | Narciso e a bela náiade que se adoram {Libr.} / Narciso à fonte {restantes fontes} (bailete mitológico em 2 actos) | Francisco Jorck | Júlia Gesualdi (Venus)
Maria Nogueira (Nemesis) As três Graças: Josefina Soller, Mlle. Devecchi, Maria Emília Moreno Maria da Gloria (Amor) Maria Luísa (Hymeneo) Gaetano Neri (Narciso) Carolina Devecchi (Echo) |
LA; BNP p.a. & p.c. C.N. 2; Libr. Lisboa: Typografia do Gratis, 1841 – BNP
|
22/06/1842 | TSC | O Lago das fadas (baile em 4 actos) | Francisco Jorck | Giuseppe Pessina (Conde Rodolpho)
Júlia Gesualdi (Julieta) Giuseppe Devecchi (Augusto) Carolina Filippini (Flora) |
LA; segundo o libreto, “A musica foi expressamente escripta pelo Sr. Francisco Antonio Pinto”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto”; Libr. Lisboa: Tipografia do Gratis, 1842 – BNP |
21/09/1842 | TSC | Os Cuscos e os Quitos (baile trágico em 3 actos) | Francisco Jorck | Nicola Molinari (Villuma)
Júlia Gesualdi (Elina) Giuseppe Devecchi (Masibé) Ciriaco Marsigliani (Zarete) |
LA; BNP p.a. (acto 2) C.N. 2, (Fundo Teatro S. Carlos) p.c., parte de tromba1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 1842; Libr. Lisboa: Typographia do Gratis, 1842 – BNP (2 exemplares) |
14/11/1842 | TSC | A Flauta mágica (?) | – | – | LA (“parte”); segundo Benevides, “executada pelos discípulos do Conservatorio, em beneficio da dama Perelli” (pág. 196) |
15/12/1844 | TSC | O Diabo amoroso (baile em 4 actos) | – | – | BNP com o título Le Diable amoureux p.a. C. N. 2, (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba rubricada “FANSPinto” |
1843-45 | Vários “entreactos e bailados” {EV} | – | – | BNP p.a. M.M. 268// série | |
12/12/1845 | TSC | Palmina ou A Ninfa do rio Orbe (baile mágico-fantástico em 3 actos e 5 quadros) | Théodore Martin | Antonio Franchi (Jones Peters)
Luísa Rosa (Maria Peters) Júlia Gesualdi (Donato Julio) Gesuina Schira (Morganda) Luigi Fidanza (Almanzor) Luísa Zimmann Martin (Palmina) |
Segundo o libreto, “A musica foi expressamente composta pelo Sr. Francisco Antonio Norberto Santos Pinto”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c., parte de tromba rubricada “FANSPinto” e datada de 12/12/1845; Libr. Lisboa: Typographia de P. A. Borges, 1845 – BNP; reposição Milão, Scala Carnaval 1852/53, com música atribuída a Santos Pinto {Libr} |
23/01/1846 {folheto}
Carnaval de 1846 {Libr} |
TSC | As modistas (bailete de meio carácter em 2 actos) | Théodore Martin | Luigi Fidanza (Bernardino)
Júlia Gesualdi (Eloisa Minete) Jovens modistas: Michelina Devecchi (Henriqueta), Palmira Santi (Elisa), Gesuina Schira (Luísa), Giuseppina Erba (Adele). Amantes destas modistas: Achille Polleti (Narciso, francês), António Romão (Plumpudding, inglês), Giuseppe De’Steffani (Kurtoffel, alemão), J. Ribeiro (Malapaga, diretor dos teatros), Ciriaco Marsigliani (Poeta), Luísa La Rose (Babet), N.N. (um jockey) |
Data de estreia 23/12/1845 {FFB & EV} equivocada; conforme o libreto, “ Música de “Sr. Francisco Antonio Norberto dos Santos Pinto”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto; Libr: Lisboa: Typographia de P. A. Borges, 1846 – BNP (4 exemplares) |
19/03/1846 | TSC | Emeth (Grande baile fantástico-egipciano em 6 actos e 6 quadros) | Théodore Martin | Ciriano Marsigliani (Tepistras)
Gesuina Gesualdi (Nefte) José Maria da Conceição (Athor) Luísa La Rose (Semele) Joaquim Coelho (Osiris) Luísa Zimmann Martin (Emeth) |
Segundo o libreto, “A musica foi expressamente excripta pelo sr. Pinto”, exceto o “1.º Acto – Dança árabe, executada pelo corpo dos bailarinos. – O motivo desta dança foi extraído da Ode Sinfonia de Feliciano David, intitulada o Deserto”. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto”; Libr. Typographia de P. A. Borges, 1846 – BNP (3 exemplares) |
10/02/1847
Carnaval de 1847 {Libr} |
TSC | Os Estudantes em férias (bailete cómico em 2 actos) | Théodore Martin | Giuseppina Erba (Baronesa de Melval)
João Ribeiro (João-João) José Ribeiro (Matreiro) Luísa La Rose (Delorme) Maria Emilia Moreno (Niceta) Gesuina Gesualdi (Félix, estudante sobrinho de Mme. Melval); Jovens estudantes colegas de Félix: Jesuina Schira (Victor), Giuditta Rugalli (Frederico), Sra. Polleti (Adolfo), Maria do Carmo (Leão), Sra. Henriqueta (Júlio), Sra. R. de S. José (Adriano), Paulina Nunes (Carlos) Joaquim Coelho (Um Tabelião) |
Segundo o libreto, a música é de “Sr. Santos Pinto” e o Passo a três foi desempenhado pelas Senhoras Martin, Moreno e Michellina (só Moreno está referida no elenco principal); BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c.; Libr: Typographia de P. A. Borges, 1847 – BNP (2 exemplares) |
6/02/1848
{p.c.} 9/02/1848 {FFB} |
TSC | Branca Flor (5 actos) | Argumento de José da Silva Mendes Leal; Lorenzo Vienna | – | BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto”; |
5/2/1850 | TDMII | O Boleto ou O Regedor d’aldeia | Ciriaco Marsigliani | – | – |
4/04/1850 | TDMII | “A solo di Flora” (ballabile) | TNDM II p.c. M AU.04, data no MS. | ||
12/09/1850 | TDMII | Baile em carácter | TNDM II p.a. M BA.07, data no MS. | ||
16/09/1850 | TDMII | Himeneu de Tedida [Tétide] e Cloé (bailete fantástico em 1 acto e 2 quadros) | Ciriaco Marsigliani | Integrou a Grande gala para o aniversário natalício [13 anos] do Príncipe Real [D. Pedro] | |
21/03/1852 | TSC | Alcindor ou o órfão d’aldeia (baile fantástico em 9 quadros) | Valentino Cappon | António Moreira (O Príncipe das Ilhas afortunadas)
António José de Faria (Golo) Bernardo da Silva (Nicodemos) Antonio Franchi (Anselmo) Sra. Romilda (Adriano) Sra Cappon (Susette) Sophia Constanza (Alcindor) Amelia Perpetua (Princesa) Luísa La Rose (Melusina) Genoveva Monticelli e Valentino Cappon (Príncipe e Princesa dos Silfos) [ordem sic] Amélia da Conceição (Um pequeno Silfo) |
Segundo o libreto, a música é de “Sr. F. N. dos Santos Pinto”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 21/03/1852; Libr. (com o segundo título) Lisboa: Typ. Elias José da Costa Sanches, 1852 BNP (3 exemplares) |
5/12/1852 | TSC | Zaida ou Os dois génios (baile fantástico em 3 quadros) | Domenico Segarelli | Paulo Devecchi (Aga-Rackshid-Orama)
António José de Faria (Ircan-Ali) Bernardo da Silva (Maroveno) Genoveva Monticelli (Zaida) Valentino Cappon (Pereo) Sophia Constanza (Ariel) Domingos Segarelli (Belfegor) |
Segundo o libreto, “A musica do baile, á exceção do passo a dois do 3.º Quadro, é composta pelo sr. Francisco Norberto dos Santos Pinto.”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 5/12/1852; Libr. Lisboa: Typ. de Elias José da Costa Sanches, 1852 – BNP (2 exemplares)
|
22/01/1853 | TSC | As mulheres ciosas (baile jocoso em 3 actos) | Domenico Segarelli | Sofia Costanza (D. Laura)
Paulo Devecchi (D. Samuel) Marietta Vicentini (D. Eufonia) Antonio José de Faria (D. Gaspar) Domingos Segarelli (Gris-Gris) Luísa La Rose (D. Pantasilca, donzela de 70 anos) Michelina Devecchi (Júlia) José Ramos (Um criado) |
Libr. Lisboa: Typ. de Elias José da Costa Sanches, 1853 – BNP |
29/10/1853 | TSC | Os ciganos (baile em 2 actos) | Domenico Segarelli, com Pedro Massot (Passos a 3 e 2) | Paulo di Vecchi (Príncipe de Kartberg)
Michelina Di Vecchi (Ema) Bernardo da Silva (Adolfo) José Ribeiro (Capitão das Guardas) António Moreira (Ugo) Domingo Segarelli (Vormos) Augusta Dominichettis (Gina, a Valerosa) Pedro Massot (Todo-fogo) António José de Faria (Sem-descanso) |
p.a. (com o título I zingari) BNP C.N. 456; data exata {Alm}; segundo o libreto, “A musica da dança, á excepção do passo a dois e passo a três, foi expressamente escrita pelo (maestro) Sr. F.A. Norberto dos Santos Pinto”. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 29/10/1853; Libr. Lisboa: Imprensa Silviana, 1853 – BNP (3 exemplares) |
12/01/1855 {p.c.}
05/12/1855 {FFB} |
TSC | O Duende do vale (baile em 2 actos e 3 quadros) | Arthur Saint-Léon | Arthur St. Léon (O duende do vale)
António Moreira (O conde Ulric de Wollenstein) José Ramos (Hans Storf) Sr. José Ribeiro (Ambrósio) Romão António Martins e Joaquim Coelho (dois Magiares) Sra. Gambet (Condessa de Wollenstein) Luísa La Rose (Brígida) Sra Marmet (Teresa) Élise Fleury (Katti) |
Segundo o libreto, “Várias peças de música do 1.º acto foram instrumentadas pelo Sr. Pinto”. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 8 [sic]/01/1855; Libr. Lisboa: Typ. de Elias José da Costa Sanches, 1855 – BNP (2 exemplares) |
09/05/1856 | TSC | Meteora ou As estrelas [cadentes {FFB}] (baile fantástico em 2 actos e 3 quadros) | Arthur Saint-Léon | Arthur St. Léon (Jorge Flys)
Hypolite Monet (William Flys) Lélie Navarre (Betly) Maria Emília Moreno (Mary) Hortense Tarandon (Low) Élise Fleury (Meteora) Palmyre Andrew (Estrela da Manhã) Rosalie Lequine (Estrela Fugitiva) Estrelas da noite: Maria Emília Moreno, Alexandrine Leblonde, Hortense Tarandon, Lélie Navarre |
Segundo o libreto, “A musica foi instrumentada pelo Sr. Santos Pinto”. BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 9/05/1856; Libr. Lisboa: Typ. de Elias José da Costa Sanches, 1856 – BNP |
18/04/1856 {p.c.}
20/04/1856 {FFB} |
TSC | Os saltimbancos ou O processo do fandango (baile em 2 actos e 4 quadros) | Arthur Saint-Léon
|
Sr. Ribeiro (Van Loo)
Hypolite Monet (O Juiz) Alexandrine Leblonde (a sua esposa) Sr. J. Grime (um oficial) Saltimbancos: Arthur St. Léon (Fandangero), Adrien Gredelue (Trilboro), Élise Fleury (Mariquita), Palmyre Andrew (Rosita), Rosalie Lequine (Nena), Lélie Navarre (Concha), Mlle. Luísa (Nineta), Mlle. Antónia (Almaviva) |
Segundo o libreto, “A musica foi instrumentada pelo Sr. Santos Pinto”; BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de tromba 1.ª rubricada “FANSPinto” e datada de 1856; Libr. Lisboa: Typ. de Elias José da Costa Sanches, 1856 – BNP |
1857 Santos Pinto nomeado maestro do TSC | |||||
30/03/1857 | TSC | A Escrava ou le paradis de Mahomet (“pequeno baile”) | Hyppolite Monplaisir | – | BNP (Fundo Teatro S. Carlos) folheto e p.c., parte de “clarins” rubricada “FANSPinto” e datada de 30/03/1857; na f. 3r do folheto (página de rosto) consta “Le Paradis de Mahomet ballet mort avant d’avoir été representé [acrescentado a lápis: “A Escrava”] Transformado em pequeno baile em virtude de casos fructuitos [sic, u seja, “fortuitos”] = indo finalmente á scena no dia 31 [sic] de Março de 1857 = Lisboa” |
15/03/1858 {folheto} | TSC | A Ilha dos amores (baile em 4 quadros) | Hyppolite Monplaisir | – | BNP folheto C.N. 443, onde consta “Muzica de F. David, Auber, S.tos Pinto. etc. Composto espressamente para Beneficio de M.de Belline [Emilia Bellini]”, (Fundo S. Carlos) p.c (apenas cordas); reposições em Itália, todas com música atribuída a Santos Pinto {respetivo Libr}: Milão, Scala Outono 1861, Roma, Apollo Carnaval 1862/63, Nápoles, S. Carlo Inverno 1863, Turim, Regio Carnaval 1865/66, Florença, Accademici Immobili Quaresma 1866, Milão, Canobbiana Primavera 1866, Palermo, Bellini 1867/68, Florença, Rossini Outono 1869, Veneza, Fenice Carnaval e Quaresma 1870/71 |
Apêndice 2: Teatro declamado
Estreia | Teatro | Título e género | Autor do texto | N.º de récitas | Observações |
27/9/1840 | TCondes | O Manequim (comédia 1) | desconhecido | 1 | p.a. BNP M.M. 1215; p.c. TNDM II M T.06 |
30/01/1841 | TCondes | Casimiro e Pedrinho ou os filhos do soldado (comédia 2) | desconhecido | 4 | – |
6/03/1841 | TCondes | A Degolação dos inocentes (drama 5) | desconhecido | 15 | p.c. TNDM II M J.08 |
9/03/1842 | TCondes | O Alfageme de Santarém ou a espada do Condestável (drama 5) | Almeida Garrett | 15 | p.c. TNDM II M O.10 (apenas uma folha da parte de violeta) |
29/10/1844 | TCondes | A Rainha e a aventureira (drama histórico nacional 5) | A. Augusto Correia de Lacerda | 14 | – |
25/01/1845 | TCondes | Praia dos naufrágios (drama 4) | José da Silva Mendes Leal | 7 | p.a. BNP M.M.1776; p.c. TNDM II M I.15 |
31/07/1845 | TCondes | O Tributo das cem donzelas (drama 5) | Alboise du Pujol & J.-E. Lopez, trad. José da Silva Mendes Leal | 39 | Título alternativo: O tributo das cem virgens. p.c. TNDM II M Q.01 |
29/10/1845 | TDMII | A Manhã de um belo dia (ode cantata) | José da Silva Mendes Leal | – | “para solemnisar a inauguração do Theatro de TNDM II” {EV} |
19/05/1846 | TDMII | Madalena (drama 5) | Anicet Bourgeois & Albert | 18 | p.c. TNDM II M F.10 |
22/08/1846 | TDMII | O Conde Julião ou a torre maldita (drama 4) | desconhecido | 5 | p.c. TNDM II M X.04 |
30/08/1846 | TDMII | O Escoveiro no Lazareto (farsa 1) | desconhecido | 2 | Texto cénico (TNDM II TC 150.04) confirma a presença de música. |
27/12/1846 | TDMII | Os Amores de um fidalgo (comédia 3) | desconhecido | 3 | p.a. BNP M.M. 984; TNDM II p.c. M V.06 |
5/04/1847 | TDMII | Gonçalo Hermingues ou o Traga-mouros (drama 5) | Jacinto Heliodoro de Faria Aguiar Loureiro | 4 | Texto cénico (TNDM II TC 031.1) confirma a presença de música, incluindo um baile |
3/05/1847? | TDMII? | A Noite de Santo António (?) | desconhecido | ? | p.c. TNDM II M AK.03. Conforme os registos do TNDM II, não houve qualquer récita no Teatro em Maio de 1847. Na parte de violino I consta, na capa, a data de 3/5/1847 e nas deixas a lápis refere os actores Teodorico e Bárbara, dois membros da companhia deste Teatro nos primeiros anos. A peça tinha pelo menos 3 actos. |
1/08/1847 | TDMII | As Ruinas de Vaudemont (drama 4) | Auguste-Louis-Désiré Boulé & Aristide Letorzec, dit Lajariette, trad. João Batista Ferreira | 4 | p.a. BNP M.M. 985; texto (TNDM II TC 023.06) aprovado pelos censores a 26/08/1845 para uso no Teatro da Rua dos Condes |
19/09/1847 | TDMII | Os dois Carabineiros (comédia 3) | desconhecido | 14 | – |
31/10/1847 | TDMII | O último Dia de um arraial em Loures (comédia 1) | Francisco Xavier Pereira da Silva | 24 | p.a. BNP M.M. 293//2, p.c. TNDM II M Z.03; Os dois títulos O último dia de um arraial de saloios e O moleiro de Loures dizem respeito a esta comédia |
06/03/1848 | TDMII | O Diabo a quatro (bruxaria 3) | Adolphe de Leuven, Léon-Levy Brunswick & Paul Siraudin, trad. José Maria da Silva Leal | 33 | p.c. TNDM II M AG.02 |
25/04/1848 | TDMII | Filho do Diabo, ou os três homens vermelhos (drama 5) | Trad. José Maria da Silva Leal | 4 | p.c. TNDM II M O.06 |
31/07/1848 | TDMII | O Alcaide de Faro (drama histórico 5) | Joaquim da Costa Cascais | 42 | p.a. TNDM II M AC.01; Bailado de carácter p.a. BNP M.M. 1741 |
3/12/1848 | TDMII | João Baptista ou o Coração de ouro (drama 5) | desconhecido | 22 | p.a. BNP M.M. 268//15; p.c. TNDM II M L.03 |
10/02/1849 | TDMII | As três Cidras do amor (comedia fantástica 4) | José da Silva Mendes Leal | 13 | p.a., p.c. TNDM II M N.02; p.a. BNP M.M. 5026 (excerto) |
14/03/1849 | TDMII | Um Baile de criados (comédia 1) | Joaquim da Costa Cascais | 47 | p.c. TNDM II M AG.04 |
31/07/1849 | TDMII | O Templo de Salomão (drama [bíblico] 7) | José da Silva Mendes Leal | 65 | p.a., p.c. TNDM II M Q.02; p.a. BNP M.M. 293//10 (excerto) |
2/01/1850 | TDMII | Aldina (tragédia 1) | José Maria da Silva Leal | 3 | p.c. TNDM II M O.09 |
8/01/1850 | TDMII | O Mineiro de Cascais (comedia 1) | Joaquim da Costa Cascais | 28 | p.a. BNP M.M. 2547
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6/02/1850 | TDMII | O Estrangeirado (comédia 1) | Joaquim da Costa Cascais | 13 | p.c. TNDM II M AV.10 (contradança e valsa) |
31/07/1850 | TDMII | O Conde de Sta. Helena (drama 5) | Charles Desnoyer & Eugène Nus; Sá Viana {EV} | 4 | p.c. TNDM II M NA.09 |
29/10/1850 | TDMII | O Cavalheiro d’Essone (comédie-vaudeville 3) | Charles Dupeuty & Anicet Bourgeois | 14 | p.c. TNDM II M U.09 |
3/12/1850 | TDMII | A Odalisca (comédia 2) | Mélesville & Xavier Boniface Saintine; Silva Leal {EV} | 2 | p.c. TNDM II M AF.03 |
8/12/1850 | TDMII | A Casa misteriosa (comédia 3) | José Romano {EV} | 47 | p.a. BNP M.M. 1807 |
23/02/1851 | TDMII | A Fada de Frith (comédia fantasia/comédia mágica 2) | desconhecido | 30 | p.c. TNDM II M AG.03 |
24/04/1851 | TDMII | A Campainha do Diabo (drama 5) | José Maria da Silva Leal, baseado em Mémoires du diable, de Frédéric Soulié | 13 | p.a. Armonia e coro BNP M.M. 2616; estreia anunciada para 22/04 mas terá sido adiada para o dia 24 |
21/02/1852 | TDMII | As Raridades (comédia 1) | desconhecido | 8 | – |
31/07/1852 | TDMII | A Profecia ou a queda de Jerusalém (drama 5) | José d’Almada e Lencastre | 69 | p.a. BNP M.M. 222; p.c. TNDM II M AO.1, AP.1, AQ.1 |
16/01/1853 | TDMII | O que Convém para a fortuna das mulheres (comédia 3) | desconhecido | 5 | p.c. TNDM II M V.07 |
22/01/1853 | TDMII | O Teatro e os seus mistérios (comédia 3) | desconhecido | 7 | – |
22/04/1854 | TDMII | Taconnet (comédia-drama 5) | Antony Béraud & Clairville | 6 | p.a. BNP M.M. 745; TNDM II p.c. M H.10 |
17/07/1854 | TDMII | A Guardadora de perus (comédia) | Armand d’Artois & Edmond de Biéville | 10 | – |
31/01/1857 | TDMII | Melodrama dos melodramas ou Fígados de tigre (Disparate carnavalesco 4) | Francisco Gomes de Amorim | 11 | p.c. TNDM II M AJ.01 |
14/071857 | TDMII | A Domadora de feras (comédia 1) | Luiz Augusto Palmeirim | 5 | p.a. BNP M.M. 268//17; p.c. BNP M.M. 211; p.c. TNDM II M I.02 |
06/08/1857 | TDMII | A Chávena quebrada (comédia 1) | Luiz Vasconcellos de Azevedo e Silva | 10 | p.a. BNP M.M. 1777; p.c. TNDM II M V.04 |
23/08/1857 | TDMII | O Filho prodigo (drama 5) | José da Silva Mendes Leal | 6 | p.a. BNP M.M. 268//16; p.c. TNDM II M I.01 |
16/09/1857 | TDMII | Fomos grandes ou Os portugueses na Índia (drama 5) | Augusto César de Lacerda | 8 | Abertura p.a. BNP M.M. 1049; p.a. BNP M.M. 437; p.c. TNDM II M AC.02 |
3/12/1857 | TDMII | Uma Declaração às escuras (comédia 1) | desconhecido | 7 | p.a., p.c. TNDM II M AC.07 |
14/01/1858 | TDMII | O Maestro Favilla (drama 3) | Georges Sand, trad. Ernesto Biester | 2 | p.c. TNDM II M AA.07 |
20/05/1858 | TDMII | A Pedra das carapuças (drama de costumes 4) | Joaquim da Costa Cascais | 6 | – |
1859 | Variedades | Os Mártires da Germânia (drama sacro 3) | José Romano | ? | Edição impressa Lisboa: Escriptorio do Theatro Moderno, 1859 – TNDM II FG 12879, FG 12091 |
Obra não confirmada
Estreia | Teatro | Título e género | Autor do texto | N.º de récitas | Observações |
7/10/1847 {EV} | Salitre {EV} | Os sete Infantes de Lara (drama 5) | Félicien Mallefille | 5 | Este drama foi encenado originalmente a 10/08/1839 no Teatro da Rua dos Condes. Teve 5 récitas. Edição impressa Lisboa: na Typ. Carvalhense, s.d. [1841?] confirma a presença de música, sem indicação do seu autor – BNP P.P. 22576 V., TNDM II FG 3181 |
artigo pertencente a colectânea dedicada a F. Santos Pinto
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