Em 2017 assinalam-se 111 anos do nascimento do compositor, pianista e ensaísta Fernando Lopes-Graça. Não sendo um número redondo, não deixa de justificar um olhar retrospectivo sobre a vida e obra de um dos compositores portugueses mais importantes e influentes do século XX.
Escreveu Lopes-Graça, em 1943, que «uma cultura, qualquer espécie de cultura, é incompleta, viciada, unilateral, se só olha para o passado e recusa o presente, naquilo que ele tem ou possa ter de vivo, de criador, de fecundo, se não acompanha o presente no seu caminho de descoberta e de conquista para o futuro.» É este o mote com que é apresentado o projecto Fernando Lopes-Graça, 1906-1994. Retrospectiva dos 111 anos do Compositor. Nesta retrospectiva, será possível escutar e debater Lopes-Graça (dia 7 de Julho, pelas 21h30 no Museu da Música Portuguesa, audição de obras e debate a quatro mãos, com Manuel Deniz Silva e Pedro Rodrigues), assistir e comentar recitais (por exemplo, a 13 de Julho, às 21h30, no Centro Cultural de Cascais, no recital de piano com António Rosado, comentado por Sérgio Azevedo; a 28 de Setembro, às 21h30, no Centro Cultural de Cascais, conferência-recital com Nuno Vieira de Almeida (piano), Susana Gaspar (soprano) e Tiago Manuel da Hora), e ainda visitar uma exposição fotobiográfica, a partir de 16 Setembro, no Museu da Música Portuguesa.
O ponto alto destas comemorações será porventura o Simpósio Fernando Lopes-Graça em Retrospectiva, que decorrerá entre os dias 15 e 16 de Dezembro de 2017 no Centro Cultural de Cascais e para o qual está aberta uma chamada de comunicações até ao dia 30 de Setembro. O tema deste encontro científico será o legado do compositor nas suas múltiplas dimensões e cruzamentos, nomeadamente as relações entre tradição e modernidade, centro e periferia, local e universal, Arte e Política; as ligações entre Música, Literatura e as outras artes; a “política da identidade”; o princípio da liberdade na vida e na Arte — “Aquilo em que aposto é na liberdade!” — e a atitude de resistência; o activismo cultural e cívico invulgarmente intenso e multifacetado. Acrescentam-se ainda os ecos ou repercussões desse legado e as mudanças de perspectiva que vai suscitando na sua recepção, à luz das tendências actualmente em curso na composição e circulação da música, nos planos nacional e internacional, incluindo nas redes digitais.
Os interessados em responder à chamada de comunicações poderão consultar mais informações no sítio do Simpósio.