O Museu Nacional da Música anunciou a sua reabertura para o dia 22 de novembro, data simbólica por coincidir com o dia de Santa Cecília, padroeira dos músicos. O momento é particularmente aguardado, uma vez que o museu passa agora a estar instalado no Real Edifício de Mafra, depois de décadas em instalações provisórias no Metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa, onde funcionava desde 1994. A decisão de fixar a sede definitiva em Mafra foi confirmada em 2014 pelo então Secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier. O museu encerrou ao público em 2023, no Dia Internacional da Música.
As obras de adaptação começaram em julho de 2023, integradas no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), com um investimento total de cerca de 7 milhões de euros. O projeto permitiu reabilitar 8.000m² do Real Edifício de Mafra, criando novas áreas de reserva, loja, cafetaria e bilheteira, e duplicando o número de peças expostas, que passam agora a cerca de 500 instrumentos, distribuídos por um percurso de 2.000m². O Museu Nacional da Música possui uma das mais relevantes coleções de instrumentos musicais do mundo, do século XII ao XXI, com exemplares classificados como “tesouros nacionais”.
Diferentemente da maioria dos museus do género, que organizam as coleções por tipologias instrumentais, o novo circuito expositivo adota uma abordagem temática, centrada nas múltiplas formas de ouvir e fazer música ao longo do tempo. Entre as novidades, destacam-se experiências multissensoriais e um salão multimédia imersivo, que contará na sua estreia com “Lugares invisíveis”, uma instalação do compositor Carlos Caires e do artista visual Roger Madureira, e “Harpa de ervas”, uma obra multimédia da compositora Fátima Fonte e da realizadora Adriana Romero. Os visitantes poderão ainda experimentar mais de vinte instrumentos musicais ao longo da exposição.
As acessibilidades assumem também um papel central nesta nova fase, com soluções adaptadas a públicos cegos, surdos e pessoas com perturbações do espetro do autismo ou hipersensibilidade sensorial. Estão previstos horários de visita silenciosa e redução de estímulos visuais, promovendo uma experiência inclusiva.
Entre 22 e 30 de novembro, a entrada será gratuita, mediante reserva prévia e sujeita à lotação dos espaços. A programação de reabertura inclui concertos ao longo de vários dias, com nomes como Iúri Oliveira, a Orquestra de Foles, a Orquestra de Gamelão da NOVA FCSH e Embaixada da Indonésia, e o carrilhão LVSITANVS, o maior e mais pesado carrilhão itinerante do mundo. A programação completa será brevemente divulgada no também novo website do Museu Nacional da Música e na rede Museus e Monumentos de Portugal.