Este ano comemoram-se os 450 anos do nascimento de fr. Manuel Cardoso, um dos mais destacados compositores portugueses da primeira metade do século XVI. Cardoso é também um dos compositores portugueses que viram grande parte da sua obra impressa — totalizando cinco volumes de polifonia —, entre outras que sobrevivem em manuscrito. Autor apenas de música sacra (tal como o compositor espanhol Tomás Luis de Victoria e, em geral, grande parte dos compositores portugueses), a sua obra é sobretudo composta pelos géneros sacros como missas, motetes, lamentações e responsórios.

De acordo com José Augusto Alegria, Manuel Cardoso terá nascido “nos primeiros dias do mês de Dezembro de 1566”.1 Esta hipótese permanece ainda sem confirmação, havendo, porém, certeza quanto à data do seu baptismo. Este ocorreu na ainda antiga Igreja Matriz de Nossa Senhora da Atalaia de Fronteira, antigo priorado da apresentação da Mesa da Consciência e Ordens, a 11 de Dezembro de 1566.2

Segundo o respectivo assento, Cardoso, um dos três filhos de Francisco Vaz e Isabel Cardosa, foi baptizado por fr. António Nunes da Ordem de Avis, sendo padrinhos Domingos Cardoso e Margarida Cardosa. Fr. Manuel de Sá, cronista da Ordem do Carmo, refere que os pais de Cardoso “logo dos primeiros annos o dedicáraõ para filho de Maria Santissima, Senhora do Carmo”. Segundo o mesmo cronista, Cardoso foi enviado para “a Cidade de Évora, para nella estudar Grammatica, e arte da Musica”3, possivelmente por intermédio de um provável parente, André Cardoso, estudante no Colégio do Espírito Santo onde lhe foi concedido o grau de Bacharel a 20 de Maio de 1602, o de Licenciado a 20 de Maio de 1603 e o de Mestre em Artes a 13 de Julho do mesmo ano.4

Segundo Alegria, terá entrado para o Colégio dos Moços do Coro da Sé de Évora em 1574 ou 1575.5Estas datas foram apontadas a partir da idade mínima de ingresso dos moços no Colégio eborense, que, de acordo com o regulamento desta instituição, se efectuava por volta dos nove anos.6 Cardoso terá, assim, estudado gramática no Colégio dos Moços do Coro e a arte da Música na Claustra eborense (possivelmente com Francisco Velez ou Manuel Mendes), como afirma fr. Manuel de Sá.7 Após quatro anos como aluno no Colégio e na Claustra, terá frequentado a Universidade jesuíta no Colégio do Espírito Santo enquanto colegial do Colégio dos Moços do Coro, nela aprendendo latim e teologia durante mais quatro anos. Após este período de oito anos, afirma Alegria, terá continuado o estudo como um dos porcionistas do Colégio de S. Manços, criado pelo Cardeal D. Henrique em 1562 para os moços do Coro da Sé e os filhos dos seus criados.8Para além do estudo no Colégio, terá também desenvolvido actividade na Capela da Sé, possivelmente como cantor, uma vez que teve “a honra de fazer o compasso na Cathedral da dita Cidade”, o que era usual acontecer na ausência do mestre de capela, sendo este substituído pelo colegial mais velho.9

Cardoso tomou hábito no Convento do Carmo de Lisboa a 1 de Julho de 1588, tendo professado no dito convento a 5 de Julho de 1589, ao qual permaneceu ligado até à sua morte em 1650. A entrada para este convento, com 23 anos de idade, foi a concretização do percurso que se iniciou com a visita ao Convento do Carmo de Évora pelo Padre Mestre fr. Simão Coelho, Provincial da Ordem. Segundo fr. Manuel de Sá, os pais de Cardoso deslocaram-se a Évora a fim de lhe manifestarem a vontade de o filho ingressar na Ordem do Carmo. Fr. Simão Coelho averiguou sobre a informação prestada pelos pais e passou-lhe Patente, libertando-o do pagamento de dote, com base nos dotes musicais de Cardoso.10

O período em que viveu no Convento do Carmo de Lisboa foi preenchido essencialmente no desempenho de funções musicais “onde foy quasi todo o tempo de Sacerdote Mestre da Capella”, acumulando também o cargo de organista. Para além do elogio no desempenho destas funções, o cronista fr. Manuel de Sá teceu rasgados elogios às virtudes de Manuel Cardoso enquanto frade carmelita, enaltecendo a sua humildade e votos de silêncio, obediência e pobreza, citando como exemplo a visita de D. João IV à sua cela e o espanto do Rei em ver os poucos pertences que ali havia. Cardoso ocupou ainda vários cargos no cenóbio lisboeta para além daqueles já mencionados relativos à música. No período em que lá esteve foi, segundo fr. Manuel de Sá, Subprior durante muitos anos, sem contudo este autor especificar quantos foram. No Capítulo celebrado no Convento do Carmo de Lisboa a 13 de Maio de 1628 foi nomeado como terceiro Definidor, o que se verificou novamente no Capítulo celebrado em 1644. 11

Apesar desta aparente vida em clausura no Convento do Carmo, Manuel Cardoso foi talvez de entre os dois colegas que por esse tempo ocupavam cargos nas instituições musicais da capital (Duarte Lobo na Sé de Lisboa e Filipe de Magalhães na Capela Real) aquele que mais viajou. Deslocou-se ao Paço Ducal de Vila Viçosa mais do que uma vez, a convite de D. João. Terá sido durante estas deslocações que se consolidou a sua amizade com o Duque de Bragança, conduzindo Cardoso a dedicar-lhe o primeiro (1625) e segundo livro (1636) de missas e ainda, em 1648, o seu Livro de varios motetes. Na dedicatória do segundo livro, Cardoso mostra-se agradecido ao Duque “por tantos títulos de benefícios recebidos”.12 Refere também, mais adiante, na mesma dedicatória, que os temas das sete missas que compõem o livro foram dados pelo Duque.13 Tanto quanto se sabe, D. João possuía um retrato do compositor na sua Biblioteca Musical, possivelmente como sinal da estima e admiração que tinha pela música do mestre carmelita. Muito provavelmente a mais empreendedora das viagens que realizou ocorreu em 1631 quando se deslocou a Madrid, à corte de Filipe IV. Cardoso deslocou-se com o propósito de pedir directamente ao Rei o lugar de desembargador para um dos irmãos, o que se veio a confirmar, recebendo hábito na Ordem de Cristo.14 Contudo, esta viagem de Cardoso teve importantes consequências musicais (mencionadas mais adiante), nomeadamente o contacto — senão directa, pelo menos indirectamente — com vários músicos ao serviço de Filipe IV, entre os quais o seu mestre de capela El Capitán Mateo Romero, e a impressão de música, que veio a ocorrer cinco anos depois.

Excerto de Cantica Beatae Mariae Virginis (1613)

A obra impressa de Manuel Cardoso, totalizando cinco volumes, foi publicada durante a sua permanência no Convento do Carmo. O primeiro livro, Cantica Beatae Mariae Virginis, foi impresso em Lisboa, na oficina de Pedro Craesbeeck no ano de 1613. Para a sua impressão, cujo conteúdo já estava preparado pelo menos em 1610, contactou Baltazar Moreto, que havia já realizado a impressão do Opuscula e do livro de Magnificat de Duarte Lobo em 1602 e 1605, respectivamente. Do contacto entre ambos conhecem-se três cartas: de Moreto para Cardoso, datada de 11 de Novembro de 1610, à qual o compositor respondeu a 17 de Fevereiro de 1611, tendo resposta de Moreto a 16 de Março de 1611. Esta troca de correspondência entre o compositor e o impressor não chegou a bom termo devido ao elevado custo que Moreto pedia para imprimir o livro, não reduzindo o preço como era desejo de Cardoso, o que o levou a recorrer à oficina de Pedro Craesbeeck.15 O livro foi dedicado a D. Nuno Álvares Pereira, fundador do Convento do Carmo de Lisboa. O conteúdo do volume encerra dezasseis Magnificat, correspondendo aos oito tons, com duas versões para os versos ímpares a quatro vozes e para os versos pares a cinco vozes, respectivamente. Deste livro, a obra mais conhecida será certamente a versão para os versos pares do Magnificat Secundi Toni, para cinco vozes, fruto da sua circulação em edição moderna, assim como das inúmeras gravações, sendo frequentemente incluída nos programas de concerto dos grupos musicais a nível internacional.16

Doze anos após a publicação do livro de Magnificat, fez imprimir o primeiro livro de missas, uma vez mais na oficina de Pedro Craesbeeck que, por essa altura, detinha já o título de impressor régio. O volume, impresso em Lisboa no ano de 1625, foi dedicado a D. João, então Duque de Barcelos, com grande elogio também ao Duque de Bragança, D. Teodósio II. Cardoso refere ainda que o conteúdo do livro havia sido previamente sujeito à apreciação de D. João, evidenciando assim a relação entre ambos, que se manteria até ao final da vida do compositor. O livro encontra-se organizado segundo a forma característica dos volumes deste tipo, iniciando com as duas antífonas para a aspersão — Asperges me e Vidi aquam — seguidas de sete missas, terminando com dois motetes e um responsório para ofício de defuntos.17 A primeira missa — Miserere mihi Domine — é um dos raros exemplos na obra de Cardoso em que ocorre a utilização de um cantus firmus com um segundo texto para além dos textos próprios de cada secção. Neste caso trata-se do texto “Miserere mihi Domine”,18 que aparece exposto em todas as secções da missa, ocorrendo numa voz diferente em cada secção. Seguem-se cinco missas-paródia, que tomam como modelo outros tantos motetes de Giovanni Pierluigi da Palestrina, que também serve de modelo a missas de Duarte Lobo e Filipe de Magalhães. A textura destas missas oscila entre quatro e cinco vozes, mantendo a mesma textura que os motetes que lhes servem de modelo. O volume termina com música para o ofício de defuntos. A Missa pro Defunctis para seis vozes,19 sendo possivelmente a obra mais conhecida de Manuel Cardoso. Seguem-se dois motetes para o ofício de defuntos para seis vozes — Non mortui e Stitivit anima mea — que constituem dois exemplos da capacidade de escrita a seis vozes por parte de Cardoso.20

O segundo livro de missas terá sido impresso em Lisboa, na oficina de Lourenço Craesbeeck no ano de 1636. Como não sobreviveu nenhum frontispício deste volume até à actualidade, o ano de impressão foi deduzido a partir da informação transmitida por fr. Manuel de Sá em 1724, assim como das licenças, com a última passada a 8 de Fevereiro de 1636.21 É composto, como anteriormente mencionado, por sete missas e duas antífonas para a aspersão, afirmando o compositor que os temas utilizados na sua composição foram dados pelo Duque D. João. Enquanto as missas Secundi Toni, Quarti Toni, Regina Caeli, Primi Toni e Et misericordia eius sugerem um modelo predominantemente monódico, com um cantus firmus associado a cada uma, as missas Paradisi Portas e Anima mea turbata est sugerem, por outro lado, uma escrita imitativa baseada num modelo polifónico que, no caso de Anima mea turbata est, o incipit corresponde a um motete composto pelo Duque de Bragança, mais tarde publicado na colecção de salmos de João Lourenço Rebelo.22

Como foi mencionado anteriormente, Manuel Cardoso deslocou-se à Corte de Madrid em 1631 para pedir a Filipe IV um favor para um dos irmãos. A maior consequência musical que esta viagem proporcionou foi a publicação de um terceiro volume de missas em 1636. O livro, impresso por Lourenço Craesbeeck em Lisboa,23 foi dedicado ao monarca espanhol. Na dedicatória do livro, Cardoso afirma que “o tema desta obra foi-me sugerido quando estive na Corte de Vossa Majestade no ano de 1631, por um moteto a 4 vozes cujas primeiras palavras diziam: Ab initio et ante saecula creata sum”.24 O compositor refere-se às seis missas,25 que constituem o núcleo central do livro, escritas a partir do mesmo modelo. Para além das missas Ab initio et ante saecula, encontram-se ainda duas missas baseadas num cantus firmus: a primeira intitulada de Beata Virgine e a segunda denominando-se Philippina. Nas palavras do autor, pareceu-lhe “dever acrescentar-lhe uma outra cujo tema fosse tirado directamente do cantochão”, para que todas as missas fossem dedicadas à Virgem Maria. Cardoso esclareceu ainda na dedicatória que, para a missa Philippina “encomendada por Matheo Romeus, chamado El Capitán, insigne Mestre da Real Capela”, havia sido escrita segundo as instruções a ele enviadas pelo mestre de capela de Filipe IV: “a missa seria a quatro vozes, o tema nunca esperaria mais do que um compasso e deveria percorrer todas as vozes sempre com veemência, tudo feito no mais curto espaço de tempo”.26 Trata-se, pois, de uma missa em que um motivo musical com o texto “Philipus Quartus” é repetido nas sucessivas secções que a compõem, aparecendo várias vezes nas quatro vozes. A excepção a esta regra ocorre no segundo Agnus Dei, com a substituição do texto “Philipus Quartus” por “Ostende nobis patrem. Philippe, qui videt me, videt et Patrem”.27

Em 1648, contando 82 anos de idade, Manuel Cardoso fez imprimir uma colectânea intitulada Livro de varios motetes. Oficio da Semana Santa. E outras cousas, contendo obras para o Advento, Quaresma, Semana Santa e ofício de defuntos, incluindo duas missas, motetes, antífonas, lamentações, lições, responsórios entre outros géneros sacros. O livro foi dedicado ao rei D. João IV, uma vez mais, com rasgados elogios à figura do soberano agradecendo-lhe por o “conservar nas merces, honras, & fauores”, que a ele e às suas “cousas sepre fez”.28 O conteúdo deste volume forma, pela variedade de géneros musicais presentes, um mundo musical próprio, fazendo jus à denominação generalista de “outras cousas” presente no frontispício da obra. O livro encontra-se organizado segundo o decorrer do Ano Litúrgico, incidindo sobretudo nos tempos do Advento e Quaresma, para cujos domingos é dada uma missa no início do volume, a seguir à antífona Asperges me e o motete Tua est potentia. Segue-se um grupo de quatro motetes para os quatro domingos do Advento, seguindo-se um grupo para os domingos desde a Septuagésima à Quarta-Feira de Cinzas, por fim, outro grupo de motetes desde o Primeiro Domingo da Quaresma ao Domingo de Ramos. Para os três últimos dias da Semana Santa são dados três responsórios e três lamentações para Quinta-Feira Santa, três responsórios, duas lamentações e um Miserere para Sexta-Feira Santa e um responsório e uma lamentação para Sábado Santo. O livro encerra com uma secção de rubricas para o ofício de defuntos, composta por três lições para o dito ofício, uma Missa pro Defunctis para quatro vozes e um responsório. 

Para além da obra musical impressa, o Catálogo da Biblioteca Musical de D. João IV, impresso em 1648 por Paulo Craesbeeck, a já enunciava uma missa Ab initio et ante saecula “a coros” para oito vozes, para além de outras quatro missas, dois Te Deum, uma Salve Regina, cinco salmos e dois vilancicos.29 Já no início da década de noventa foram descobertas seis obras atribuídas a Manuel Cardoso. Trata-se de um livro de coro, datado de 1646, que pertenceu à Colegiada de S. Pedro de Óbidos e que se encontra actualmente na Biblioteca do Museu Nacional de Arqueologia. Neste volume foram encontrados, entre outras obras provenientes do Livro de varios motetes, seis motetes inéditos cuja atribuição é garantidamente de Manuel Cardoso.30

A fama de Manuel Cardoso enquanto compositor não se resumiu aos locais por onde passou nem ao tempo em que viveu. A sua obra encontra-se espalhada por praticamente todo o Continente português, assim como no arquipélago dos Açores, e também outros países da Europa (Alemanha ou Itália), ou da América (México), tendo circulado tanto em formato impresso como em inúmeros manuscritos, frequentemente incluída em colectâneas para o Advento, Quaresma ou Semana Santa. Estes manuscritos circularam não só durante o século XVII, como durante todo o século XVIII, constituindo um corpus de repertório da tradição polifónica junto com outras obras de compositores de períodos mais tardios. Um caso particular onde se pode observar a convivência de repertório “antigo” com obras “recentes” ocorre nos livros de coro realizados para a Sé de Évora durante o século XVIII. No manuscrito n.º 9,31 uma colecção de música para a Semana Santa realizada em 1785, obras de Cardoso provenientes do Livro de varios motetes aparecem intercaladas com obras de Diogo Dias Melgaz e outras rubricas de cantochão. No manuscrito n.º 10,32 surgem obras de um compositor ainda mais tardio que Melgaz, Francisco José Perdigão, intercaladas com as mesmas obras de Cardoso presentes no manuscrito n.º 9. Estes dois exemplos são testemunho que as obras de Cardoso continuavam a ser utilizadas na Sé de Évora até às últimas décadas do século XVIII e início do XIX, período em que Perdigão exerceu actividade na Catedral eborense.

Manuel Cardoso foi um compositor de grande influência e fama não só na primeira metade do século XVII, período em que viveu, mas também após a sua morte, que ocorreu, segundo fr. Manuel de Sá, a 24 de Novembro de 1650, causando grande comoção na comunidade lisboeta do Convento do Carmo.33 Ainda no século seguinte, as obras de Cardoso aparecem integradas em novos livros de coro preparados para as catedrais portuguesas e estrangeiras, colocando-o entre compositores da época como modelo da tradição polifónica portuguesa das primeiras décadas de seiscentos.

Notas

1José Augusto Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português (1566-1650) (Lisboa: Instituto de Cultura e Língua Portuguesa, 1983), 11.

2Arquivo Distrital de Portalegre, Livro de Baptismos 1552/1669, ref. PT/ ADPTG/PRQ/PFTR02/01, f. 184v.

3Manuel de Sá, Memorias Historicas dos Illustrissimos Arcebispos, Bispos e Escritores Portuguezes da Ordem de Nossa Senhora do Carmo... (Lisboa: Officina Ferreyriana, 1724), 363.

4Relativamente à hipótese de André Cardoso ser parente de Manuel Cardoso ver Alegria, Manuel Cardoso compositor português…, 13. 

5Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português…, 14. 

6 José Augusto Alegria, O Colégio dos Moços do Coro da Sé de Évora (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1997), 61.

7Sá, Memorias…, 363. 

8Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português…, 16-17. 

9Sá, Memorias…, 363. 

10Sá, Memorias…, 363. 

11Sá, Memorias…, 364-365. 

12José Augusto Alegria, Frei Manuel Cardoso (1566-1650): Liber Secundus Missarum, Portugaliae Musica vol. XX (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1970), VIII.

13São estas missas Paradisi Portas, Secundi Toni (6vv), Quarti Toni, Regina Caeli (5vv), Primi Toni, Et misericordia eius e Anima mea turbata est (4vv), para além das duas antífonas Asperges me e Vidi aquam (4vv) que precedem a primeira missa. 

14Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português…, 58. 

15Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português…, 37-38. 

16Manuel Cardoso, Frei Manuel Cardoso: Requiem, The Tallis Scholars, dirigido por Peter Philips Gimell CDGIM021, 1990, CD; Manuel Cardoso, Missa Miserere Mihi Domine, Ensemble Vocal Européen, dirigido por Philippe Herreweghe, Harmonia Mundi HMC 901543, 1997, CD; Vários, Portuguese Polyphony, Ars Nova, dirigido por Bo Holten, Naxos 8.553310, 1995, CD.

17O Liber Primus compõe-se das antífonas Asperges me e Vidi aquam (4vv); das missas Tui sunt caeli, Veni sponsa Christi (4vv), Tradent enim vos, Puer qui natus est, Hic est discipulus ille (5vv), Miserere mihi Domine e Pro Defunctis (6vv); dos motetes Non mortui e Sitivit anima mea (6vv) e do responsório Libera me (4vv). 

18Esta obra encontra-se grava em: Manuel Cardoso, Missa Miserere Mihi Domine, Ensemble Vocal Européen, dirigido por Philippe Herreweghe, Harmonia Mundi HMC 901543, 1997, CD.

19Esta obra encontra-se gravada em: Manuel Cardoso, Frei Manuel Cardoso: Requiem, The Tallis Scholars, dirigido por Peter Philips Gimell CDGIM021, 1990, CD.

20 Estas obras encontram-se gravadas junto com a Missa pro Defunctis. Foram estudados e editados em, Alvarenga, João Pedro d’. “Para uma compreensão da polifonia portuguesa pós-tridentina, a propósito dos motetos de Fr. Manuel Cardoso (com uma análise de Non mortui e Sitivit anima mea)”, em Estudos de Musicologia (Lisboa: Edições Colibri, 2002): 106-152. 

21Sá, Memorias…, 367. Cf. Alegria, Frei Manuel Cardoso (1566-1650): Liber Secundus…, IX-X.

22Sobre a associação da missa de Cardoso ao motete de D. João ver Owen Rees, “Some Observations on Parody Masses by Magalhães, Cardoso and Garro,”

Revista Portuguesa de Musicologia 7/8 (1997-1998): 14-20. O motete Anima mea turbata est foi publicado em Psalmi tum vesperarum, tum completorii, item Magnificat… (Roma: Typis Mauriti et Amadei Balmotiarum, 1657), sobrevivendo apenas duas das seis vozes.

23 O volume contém oito missas, para quatro vozes (duas Ab initio et ante saecula, De Beata Virgine e Philippina), para cinco (duas Ab initio et ante saecula) e seis (duas Ab initio et ante saecula) vozes. 

24 José Augusto Alegria, Frei Manuel Cardoso (1566-1650): Liber Tertius Missarum, Portugaliae Musica vol. XXII (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1973), VIII.

25São duas missas para quatro vozes, duas para cinco vozes e duas para seis vozes. Para além destas obra impressas no Liber Tercius, existiu ainda uma missa para oito vozes, possivelmente utilizando o mesmo modelo das seis, entretanto perdida.

26Alegria, Frei Manuel Cardoso (1566-1650): Liber Tertius…, IX. 

27Sobre a missa Philippina, veja-se Alegria, Frei Manuel Cardoso compositor português…, 65-75; José M. Pedrosa Cardoso, “A Missa Filipina de Fr. Manuel Cardoso (1566-1650)”, Revista Portuguesa de Musicologia 1 (1991): 193-204.

28José Augusto Alegria, Frei Manuel Cardoso (1566-1650): Livro de Vários Motetes. Portugaliae Musica vol. XIII (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1968), XIV.

29 Owen Rees, “Cardoso, Manuel”, Oxford Music Online, www.oxfordmusiconline.com (consultado 30/09/2016). 

30 José M. Pedrosa Cardoso, “Inéditos de Fr. Manuel Cardoso,” Revista Portuguesa de Musicologia 3 (1993): 43-52. São os motetes Adjuva nos Deus, Immutemur habitu, Ductus est Jesus, Assumpsit Jesus, Erat Jesus ejiciens e Qui confidunt

31 P-EVc Códice n.º 9, Ex.mo E R.ma Sr. D. Joaquim Xavier Botelho de Lima mandou fazer este livro para a Capella da Sua See

32 P-EVc Códice n.º 10, Livro do Advento e da Quaresma

33 Sá, Memorias…, 366.

Bibliografia

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Sá, Fr. Manuel de. Memorias Historicas dos Illustrissimos Arcebispos, Bispos e Escritores Portuguezes da Ordem de Nossa Senhora do Carmo… Lisboa: Officina Ferreyriana, 1724.

Vários. Portuguese Polyphony. Ars Nova, dirigido por Bo Holten. Naxos 8.553310, 1995. CD.


Texto publicado na Glosas n.º 15, p. 40-43.

Sobre o autor

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Musicólogo açoriano, doutorando na Universidade de Évora, é mestre em Ciências Musicais (FCSH NOVA) e licenciado em Música (UÉvora). É investigador em formação no CESEM e membro do MPMP. Catalogou o arquivo musical da Sé de Angra, foi bolseiro no projeto ORFEUS e também investigador no projeto PASEV. Fundou e dirigiu o Ensemble da Sé de Angra e também o Ensemble Eborensis, com concertos nas ilhas dos Açores, Continente português e França. Os seus interesses de investigação centram-se na polifonia portuguesa seiscentista, especialmente no Alentejo, e a música nos Açores do século XV ao final do XIX.