Ouve-se, no dia 17 de abril, às 20h, na Sala Luís Miguel Cintra no Teatro São Luiz, a Missa de Requiem de João Domingos Bomtempo. O concerto procura contrapor a composição de Bomtempo, em memória de Camões, à obra de Francis Poulenc Litanias à Virgem Negra, ambas surgidas em contextos de mudanças políticas. 

A obra de Bomtempo foi composta em data próxima da Revolução Liberal que derrubou o absolutismo monárquico e abriu portas ao regime constitucional. A dedicatória à memória de Luís Vaz de Camões remete para a recuperação do ideal de nação. Já a obra do compositor francês Poulenc, de 1936, procurava evidenciar um enfrentamento político, entre as tradições rurais conservadoras e as reformas estruturais da Frente Popular.

A apresentação contará com a soprano Camila Mandillo, a meio-soprano Beatriz Miranda, o tenor Marco Ferreira e o baixo Nuno Dias. Serão três os maestros envolvidos: a maestrina do Coro Infanto-Juvenil da Universidade de Lisboa Erica Mandillo, o maestro do Coro de Câmara da Universidade de Lisboa Luís Almeida, e o maestro Paul Daniel frente à Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Sobre o autor

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Diplomada pela Universidade de São Paulo, onde se licenciou em História, concluindo o mestrado e o doutoramento em Arqueologia e integrando o LARP, Laboratório de Arqueologia Romana Provincial, enquanto Supervisora de Programas e Pesquisas. Foi docente de História da Arte em diversas instituições universitárias e no MASP, Museu de Arte de São Paulo. Realizou o estágio doutoral no Collège de France, Paris, especializando-se depois em Gestão Cultural no SENAC, Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial, e concluindo o mestrado em Empreendedorismo e Estudos da Cultura — Património no ISCTE, Lisboa, tendo neste âmbito sido distinguida com um Prémio de Excelência Académica.